Declaração de atriz é um atentado à dignidade da mulher, diz Rosi

“A Secretaria da Mulher da FEM/CUT-SP lamenta a infeliz, preconceituosa e machista frase da atriz Maitê Proença, que em entrevista recente ao jornal Estado de S. Paulo, disse que: A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma?

Tal afirmação irônica e preconceituosa reforça o desserviço que esta atriz conhecida do grande público presta à nação e, principalmente, a todas nós mulheres brasileiras. Além do mais, esta frase é um verdadeiro atentado à nossa dignidade.

Os dados sobre a violência contra a mulher no nosso País são preocupantes. Um estudo do “Mapa da Violência no Brasil 2010” revela que uma média dez mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. E as denúncias de violência doméstica contra a mulher cresceram 112% em 2010.

Importante destacar que a Lei Maria da Penha, sancionada pelo presidente Lula em 2006, e que recentemente completou seis anos no Brasil representa uma grande vitória para todas nós mulheres. Graças a esta lei as vítimas de violência doméstica se encorajaram e perderam o medo de denunciar seus agressores, que agora não pagam uma simples cesta básica, mas vão para a cadeia.

Portanto, a conceituada atriz deveria usar o seu prestígio para ajudar a combater a violência contra a mulher e a valorizar o papel e a importância da mulher no mercado de trabalho, na política, nas artes cênicas, na academia e na sociedade”.
 
*Rosimar Dias Machado é secretária da Mulher da FEM/CUT-SP

Com FEM/CUT