Defender a democracia é garantir justiça social
Não há espaço para aventuras golpistas em nosso país

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reafirma sua posição firme e inegociável em defesa da democracia brasileira, das instituições e do Estado Democrático de Direito. A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que condenou na última quinta-feira, 11, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, precisa ser compreendida não apenas como um julgamento de indivíduos, mas como um recado histórico: não há espaço para aventuras golpistas em nosso país.
As condenações foram pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado. Crimes gravíssimos, que atentam contra a Constituição, contra o voto popular e contra a soberania nacional.
O Sindicato sempre esteve do lado da democracia. Nunca recorremos à violência, nunca conspiramos contra a ordem institucional, nunca nos colocamos contra a soberania do voto popular. Quando fomos derrotados em disputas eleitorais ou judiciais, recorremos pelos caminhos previstos em lei, defendemos nossos direitos no campo das ideias, da política e da Justiça. Esta é a essência do movimento sindical: enfrentar os conflitos no debate democrático, não pela imposição da força.
O que se julgou no STF foi muito mais que atos isolados. Foi uma ação articulada para sabotar o país, colocar em risco a vida de milhões de brasileiros e atacar conquistas históricas da classe trabalhadora. Esses atos foram amplamente documentados, televisionados e acompanhados pela imprensa e pela sociedade. Golpe não é erro político. É crime.
Por isso, é preciso afirmar com clareza: o Sindicato é contra qualquer tentativa de anistia precoce. A história nos mostra que anistias concedidas sem reparação e sem responsabilização real apenas alimentam novas injustiças. Foi assim no fim da ditadura militar, quando muitos torturadores escaparam impunes, enquanto familiares e sobreviventes carregam até hoje as marcas da violência de Estado. Nunca houve verdadeira pacificação porque não houve justiça.
Agora, diante de mais uma tentativa de ruptura institucional, não podemos repetir os mesmos erros. Anistiar é abrir brechas para novos golpes. Defender a democracia é garantir justiça. Defender a democracia é garantir que a lei seja cumprida, que os culpados sejam responsabilizados e que a sociedade brasileira possa olhar para frente sem o peso da impunidade.
Fala-se muito em democracia formal: o direito ao voto, a escolha de representantes, a possibilidade de organização política por meio de partidos, sindicatos e movimentos sociais. Essa democracia, que no Brasil tem sido constantemente atacada, é extremamente valiosa, pois é por meio dela que podemos nos organizar, reivindicar direitos, lutar e conquistar avanços.
No entanto, a democracia em nosso país ainda está longe de ser plena. Para que seja efetiva, ela precisa ser real no cotidiano das pessoas, especialmente daquelas que mais dependem da presença do Estado. Democracia plena significa garantir acesso à educação, saúde, segurança, lazer, cultura — enfim, a serviços públicos de qualidade para toda a população.
E só alcançaremos esse nível de democracia por meio dela mesma: pela participação, pela organização coletiva, pelo fortalecimento das instituições e pela mobilização social. É assim que construiremos o Brasil que precisamos hoje e que desejamos deixar como legado às próximas gerações.
Por fim, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deixa claro: estaremos sempre ao lado do fortalecimento das instituições, da defesa do Estado Democrático de Direito e da soberania popular. Não aceitaremos golpes, não aceitaremos retrocessos, não aceitaremos que a classe trabalhadora pague a conta da irresponsabilidade de grupos que desprezam o Brasil.
Defender a democracia é defender a vida, os direitos e a dignidade do povo. E, para nós, isso não é apenas uma posição política, é parte da nossa história, da nossa luta e do nosso compromisso permanente com a classe trabalhadora e com o país.
A Direção