Déficit comercial das autopeças cresce 29,4%, para US$ 8,7 bilhões
Quadro reflete exportações em baixa para a Argentina e crescimento das compras lá fora, em especial da China
A retração das vendas para a Argentina e o aumento das compras na China contribuíram para o aumento de 29,4% do déficit comercial das autopeças no acumulado de janeiro a agosto, que no comparativo anual passou de US$ 6,7 bilhões para US$ 8,7 bilhões. No total, foram exportados US$ 5 bilhões até agosto, recuo de 19% em relação ao mesmo período de 2023. As importações, em contrapartida, passaram de US$ 12,9 bilhões para US$ 13,7 bilhões no ano, aumento de 6,1%.
Principal comprador das autopeças brasileiras, a Argentina adquiriu US$ 1,7 bilhão no acumulado dos oito meses, ante os US$ 2,28 bilhões de idêntico intervalo do ano passado. Queda de 25,1%. Também houve redução nas vendas para os Estados Unidos, de 5,3%, de US$ 939 milhões para US$ 889,2 bilhões, e para o México – menos 2,8%, de US$ 618,3 milhões para US$ 600,7 milhões.
Ao divulgar os dados, o Sindipeças destacou que “o agravamento da recessão na Argentina tem influenciado os resultados do comercio bilateral”, lembrando que, no segundo trimestre, o PIB do país vizinho recuou 1,7% frente aos três meses anteriores. Segundo a entidade que reúne as autopeças brasileiras, a decisão do governo argentino de reduzir de 17,5% para 7,5%) alíquota do imposto PAIS (Por uma Argentina Inclusiva e Solidária), que incide sobre as importações feitas pelo “cambio oficial”, só resultará em efeito prático nos quatro últimos meses do ano.
Com relação às importações, o valor chegou a US$ 13,7 bilhões no ano, com aumento de 6,1% em relação aos primeiros oito meses do ano anterior. As compras de autopeças chinesas cresceram 22,8%, de US$ 1,97 bilhão de janeiro a agosto de 2023 para US$ 2,43 bilhões este ano. Já as aquisições nos Estados Unidos caíram 9,5%, enquanto os realizados na Alemanha praticamente se mantiveram estáveis, com total de US$ 1,27 bilhão.
Do AutoIndústria