Deficit da Previdência cai 24% e é o menor em 12 anos para o mês de julho
Beneficiado pelo aumento do emprego e da formalização, o deficit da Previdência Social caiu 24% em termos reais em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. O deficit ficou em R$ 2,085 bilhões, melhor resultado para o mês em 12 anos.
No acumulado do ano, o déficit somou R$ 21,864 bilhões, 19,4% inferior ao deficit de R$ 27,126 bilhões registrado de janeiro a julho de 2010, considerando-se já a correção da inflação.
Os saldos negativos do Regime Geral da Previdência Social, que atende aos trabalhadores da iniciativa privada, têm sido amenizados desde o ano passado por um aumento da arrecadação em meio à crescente formalização do emprego.
De janeiro a julho deste ano, a arrecadação previdenciária aumentou 9,4% frente ao mesmo período de 2010, enquanto as despesas tiveram alta de 4,1%, informou o Minsitério da Previdência Social nesta quinta-feira.
Ao comentar os dados, o ministro Garibaldi Alves disse ter ficado favoravelmente surpreso com o resultado de julho, “dado o contexto econômico que o país vive.”
“Julho bombou”, brincou o ministro, acrescentando que sua expectativa é que os resultados sigam favoráveis e que o deficit feche o ano em cerca de R$ 39 bilhões.
Ministro defende regra de previdência complementar para funcionários públicos
Ao comentar a tramitação na Câmara dos Deputados de projeto que institui previdência complementar para os servidores públicos, Garibaldi afirmou que o governo precisa vencer a “batalha da comunicação” em favor do proposta.
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara aprovou na quarta-feira um projeto de lei do Executivo que institui previdência complementar para os servidores civis da União e limita o valor dos proventos de aposentadoria e das pensões ao teto do INSS –que é atualmente de R$ 3.689,66.
A votação dos destaques acontecerá na semana que vem. Depois disso, o projeto, de 2007, ainda precisa ser votado nas comissões de Seguridade, de Finanças e de Constituição e Justiça da Câmara.
As novas regras valeriam apenas para novos concursados, mas ainda assim sofrem resistência por parte de centrais sindicais, que alegam que o regime afetaria negativamente a atratividade da carreira do funcionalismo.
“Eu não concordo com eles (opositores da medida) porque tenho toda uma simulação mostrando que, em relação aos novos servidores, as aposentadorias crescerão com a possibilidade de contribuição para fundos de pensão. O governo tem que vencer essa etapa da batalha da comunicação e mostrar isso”, disse o ministro.
Ele afirmou que o ritmo da tramitação poderá ser acelerado caso o governo opte por propor regime de urgência para o projeto, mas que não há ainda definição sobre isso.
Do Uol Economia, com Reuters