Déficit do setor de autopeças cresce 14,7% até maio

Pressionada pela perda de competitividade dos componentes automotivos nacionais e pela entrada importante de itens importados no país, sobretudo em razão do câmbio, a indústria brasileira de autopeças segue registrando déficit comercial crescente. No acumulado de janeiro a maio, segundo dados do Sindipeças, entidade que reúne cerca de 500 empresas do setor, o saldo na balança comercial ficou negativo em US$ 1,82 bilhão, com expansão de 14,7% ante o déficit de US$ 1,59 bilhão registrado em igual intervalo de 2010.

Apesar da evolução do resultado negativo, as exportações cresceram em ritmo superior às importações no acumulado dos cinco meses de 2011. Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Sindipeças, mostram que os embarques nacionais de componentes automotivos cresceram 23,55% no período, para US$ 4,28 bilhões. As compras externas, por sua vez, avançaram 20,79%, na mesma base de comparação, para US$ 6,10 bilhões.

Somente em maio, de acordo com o sindicato, o déficit chegou a US$ 312,87 milhões, em comparação a US$ 248,33 milhões um ano antes. Naquele mês, as importações da indústria totalizaram US$ 1,33 bilhão e as exportações, US$ 1,02 bilhão.

Já o faturamento real da indústria, no primeiro quadrimestre, cresceu 10,4%, conforme pesquisa do Sindipeças junto a 91 associadas, que representam cerca de 30% das receitas do setor. As vendas para montadoras representaram 69,3% do total e o número de empregados em abril era 8% maior que o verificado no mesmo mês de 2010.

Do Valor Econômico