Demanda por veículos 100% elétricos despenca 15% até abril
Fenabrave atribui queda aos gargalos de infraestrutura, que acabam favorecendo os híbridos, cujas vendas cresceram 73%
Enquanto a venda de automóveis e comerciais leves cresceu 3,4% este ano, atingindo 714,8 mil emplacamentos de janeiro a abril, a demanda por modelos 100% elétricos caiu 15%, baixando de 20,8 mil unidades no primeiro quadrimestre de 2025 para 17,7 mil no mesmo período de 2025. Já os híbridos registraram expressiva alta de 73,3%, de 30,4 mil para 52,7 mil licenciamentos no mesmo comparativo, garantindo resultado positivo no mercado de eletrificados como um todo, que contempla os dois tipos de produto.
No total, as vendas de eletrificados no quadrimestre atingiram 70.457 unidades, o que representou alta de 37,5% em relação aos 51.269 emplacamentos dos primeiros quatro meses do ano passado. Em abril, particularmente, foram licenciados 15.125 carros e comerciais leves híbridos e 4,7 mil elétricos. Ao divulgar os números, o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, reconheceu a preferência do brasileiro pelos modelos híbridos em detrimento dos puramente elétricos, que até este ano vinham em curso de vendas ascendente.
Os híbridos, na sua avaliação, representam no momento uma das principais alternativas para a descarbonização automotiva. É nesse sentido, inclusive, que têm sido os investimentos das montadoras locais, como Toyota, Caoa Chery e Stellantis – leia-se Fiat -, que no caso dos híbridos já começam a levar vantagem em relação aos importados. Na categoria dos 100% elétricos, o presidente da Fenabrave diz que tais modelos esbarram em gargalos de infraestrutura, como por exemplo capacidade de recarga.
Mundialmente e na Europa, particularmente, a demanda pelos elétricos tem ficado aquém – muitas vezes bem aquém – das projeções feitas por especialistas e executivos do setor na década passada. A BYD é líder tanto em elétricos como em híbridos no mercado brasileiro, com participações de, respectivamente, 76,6% e 32,3% em abril.
Do AutoIndústria