Denúncias de assédio eleitoral aumentam após o 1º turno

Após o 1º turno das eleições, as denúncias de assédio eleitoral recebidas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) saltaram de 45 para 334 até a última segunda-feira, 17.

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O número já é maior do que todo o período de campanha eleitoral de 2018, quando foram recebidas 212 denúncias envolvendo 98 empresas.

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou que a preocupação é que patrões estão achando normal fazer ameaças aos trabalhadores.

“Geralmente, quando alguém comete assédio moral, por exemplo, faz escondido, não deixa provas. Agora, não. É como se fosse um elemento da relação trabalhista você forçar alguém a votar em um candidato porque você o emprega. Não pode ser normal”, disse.

“O que me espanta é a normalização, a banalização do ilícito. Não estão nem preocupados se vão ver, se não vão ver. Ou acreditam que não tem instituição funcionando, ou acreditam que isso é um ato normal”, afirmou na entrevista.

Entre os casos estão ameaças de demissão, atrasos nos pagamentos e promessas de prêmios em dinheiro para votar no candidato que o empregador defende. Intimidar trabalhadores a votar em determinado candidato é ilegal. A legislação prevê até quatro anos de prisão e multa.

Denuncie

O Sindicato disponibiliza o número de WhatsApp (11) 91737-7029 para receber denúncias, que podem ser feitas de forma anônima e por qualquer trabalhador, mesmo que não seja da base.

Se o denunciante tiver imagens, e-mails ou testemunhas que ajudem a comprovar o assédio e/ou ameaça também é importante disponibilizar. As denúncias serão encaminhadas ao MPT e o Sindicato também atuará diretamente no caso.

Outros meios são fazer a denúncia pelo portal da CUT (cut.org.br), pela plataforma lançada pelas centrais sindicais (assedioeleitoralecrime.com.br) ou diretamente pelo site do MPT (mpt.mp.br).