Depois da pressão, Mercedes chama para negociar
Moisés Selerges, diretor Administrativo do Sindicato, em assembleia na Mercedes
Os trabalhadores na Mercedes retomaram a produção ontem, depois que a empresa chamou a representação para prosseguir as negociações sobre a Participação nos Lucros e Resultados.
Na última sexta à tarde, os companheiros no segundo turno – cerca de três mil – haviam interrompido totalmente a produção e ido para casa em protesto contra as mudanças que a direção da montadora pretende fazer no cálculo da PLR.
A decisão foi tomada em assembleia realizada ainda na sexta no pátio da empresa e deixou o interior da fábrica totalmente vazio.
A assembleia também definiu que para dar sequência ao movimento, todos os companheiros que trabalhariam normalmente no sábado não assumiriam seus postos, o que realmente aconteceu.
Só após toda essa mobilização a direção da Mercedes chamou o CSE para uma reunião e o movimento foi suspenso.
O encontro entre os representantes dos patrões e o CSE começou às 10h30 e até o fechamento desta edição da Tribuna não havia terminado.
Segundo Max Pinho, integrante da coordenação do CSE, o movimento começou depois que a montadora propôs a mudança do cálculo da PLR e sugeriu que os trabalhadores abrissem mão do reajuste na data-base deste ano.
“As negociações sobre a Participação nos Lucros e Resultados estavam emperradas”, contou. “O impasse acontece porque já temos uma estrutura simplificada de cálculo, que prevê um determinado valor por veículo produzido”, prosseguiu.
“A empresa, porém, quer alterar esta estrutura e voltar para uma estrutura antiga, que consideramos prejudicial aos interesses dos trabalhadores”, disse Max. “E para nós é ponto de honra manter a estrutura atual”, afirmou.
Com o impasse, a Mercedes falou em uma reunião que só avançaria as negociações da PLR caso os trabalhadores abrissem mão do reajuste da data-base de 2014.
A proposta desagradou profundamente os metalúrgicos e desencadeou o movimento.
Da Redação