Depois do Sindicato, Anfavea quer pressão do governo a bancos para destravar crédito

Um mês depois dos Metalúrgicos do ABC denunciarem que os bancos estão segurando o dinheiro que devia ir para o consumo, o sindicato das montadoras faz o mesmo protesto


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Quase um mês depois de o Sindicato alertar que os bancos estão entre os principais responsáveis pela queda nas vendas de veículos, a Anfavea, entidade que reúne as montadoras, pediu ao governo federal que pressione as entidades financeiras a retomarem a concessão de financiamentos para a compra de carros e caminhões.

“O problema é fundamentalmente crédito”, disse o presidente da associação, Cledorvino Belini.

Em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os membros da Anfavea informaram que somente o impulso ao crédito poderá reverter o cenário de queda de vendas e alta dos estoques.

“É bom ver que as montadoras finalmente acordaram para os reais problemas do setor”, declarou Wagner Santana, o Wagnão, secretário geral do Sindicato. “Mas elas também têm responsabilidade no assunto, já que as montadoras possuem seus próprios bancos que também seguram o crédito”, relembrou o dirigente.

Redução de juros
De acordo com Cledorvino Belini, o travamento do crédito fez o tempo dos estoques de veículos aumentarem. Atualmente, os caminhões ficam de 45 a 50 dias no pátio de fábricas e distribuidoras. Já os carros levam de 40 a 45 dias para serem vendidos depois de saírem das linhas de montagem.

“Só a redução de juros pelos bancos dará o impulso necessário para a retomada das vendas de carros”, insistiu o presidente da Anfavea. “Assim que o crédito retornar, as vendas voltarão a subir”, destacou.

Caminhões
“Também pedimos ao governo federal que acelere a concessão de financiamentos para o setor de caminhões”, ressaltou Belini.

Segundo o dirigente patronal, a reivindicação ocorreu porque a procura pelos financiamentos do Finame – linha de crédito para a compra de máquinas e equipamentos com recursos do BNDES – destinados à compra de caminhões está abaixo do esperado.

Da Redação