“Deputados a favor da urgência da precarização do trabalho não podem ser reeleitos”, diz Aroaldo

O deputado Paulinho, do Solidariedade, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, confabulam pela precarização do trabalho

O Sindicato repudia os deputados federais que aprovaram o requerimento para votação em regime de urgência do Projeto de Lei 4.330, que precariza as relações de trabalho, na noite de terça, dia 7. Foram 316 votos a favor, 166 contra e três abstenções.

Com a urgência, o PL pode ser analisado diretamente no plenário, sem passar por comissões, o que prejudica o debate a respeito do tema. Ontem o projeto foi discutido pelos deputados e, até o fechamento desta edição, o PL não tinha entrado em votação.

“A lista de deputados a favor dos interesses dos patrões precisa ser amplamente divulgada para que eles não sejam reeleitos”, defendeu o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.

“Vamos mobilizar a categoria contra o desastre que é o PL para os trabalhadores. A luta vai ser difícil e árdua, mas a classe trabalhadora vai resistir fortemente”, afirmou.

Atualmente, a terceirização é permitida apenas em atividades que não sejam as principais de uma empresa. Uma metalúrgica, por exemplo, pode terceirizar os serviços de limpeza, manutenção e segurança.

“O projeto não é em nome da especialização do trabalho, como defendem os patrões, que querem mesmo é contratar da forma que quiserem. É em nome da precarização e da retirada dos direitos”, disse Aroaldo.

Após o conflito entre trabalhadores e a Polícia, ocorrido na terça-feira, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu ontem à tarde o acesso de dirigentes da CUT à Câmara dos Deputados para acompanhar as discussões sobre projeto.

“Foi uma total falta de diálogo com os parlamentares na terça, quando os representantes dos patrões tiveram livre acesso à Câmara e os trabalhadores foram proibidos de entrar”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.

Estudo da CUT e do Dieese mostra que, em relação ao contratado direto, o trabalhador terceirizado permanece 3,1 anos a menos no emprego, recebe um salário 25% menor, tem jornada semanal de 3 horas a mais, e está mais exposto a acidentes e mortes no trabalho e são comumente afetados pelos calotes ao final de contratos de prestação de serviços.

Confira abaixo a lista dos deputados federais de São Paulo que votaram pela urgência da precarização do trabalho.

Quem votou contra o trabalhador

Deputados Federais do Estado de São Paulo:

Alex Manente (PPS)

Alexandre Leite (DEM)

Mendes Thame (PSDB)

Baleia Rossi (PMDB)

Beto Mansur (PRB)

Bruna Furlan (PSDB)

Bruno Covas (PSDB)

Capitão Augusto (PR)

Carlos Sampaio (PSDB)

Sinval Malheiros (PV)

Eduardo Bolsonaro (PSC)

Eduardo Cury (PSDB)

Eli Correa Filho (DEM)

Evandro Gussi (PV)

Flavinho (PSB)

Gilberto Nascimento (PSC)

Goulart (PSD)

Guilherme Mussi (PP)

Herculano Passos (PSD)

Jefferson Campos (PSD)

João Paulo Papa (PSDB)

Jorge Tadeu Mudalen (DEM)

Keiko Ota (PSB)

Lobbe Neto (PSDB)

Luiz Lauro Filho (PSB)

Major Olimpio (PDT)

Mara Gabrilli (PSDB)

Marcelo Squassoni (PRB)

Marcio Alvino (PR)

Miguel Haddad (PSDB)

Miguel Lombardi (PR)

Milton Monti (PR)

Missionário José Olimpio (PP)

Nelson Marquezelli (PTB)

Paulinho da Força (SD)

Ricardo Izar (PSD)

Ricardo Tripoli (PSDB)

Roberto Freire (PPS)

Samuel Moreira (PSDB)

Silvio Torres (PSDB)

Tiririca (PR)

Vanderlei Macris (PSDB)

Vitor Lippi (PSDB)

Walter Ihoshi (PSD)

William Woo (PV)

Da Redação