Descobrindo a roda

Volta e meia as empresas enfeitam velhos temas com uma roupagem atual, acrescentam palavras e chavões da moda, e saem espalhando a “nova” teoria, como se tivessem acabado de inventar a roda.

Um dos temas do momento são os acidentes nas mãos, objeto de campanhas preventivas, palestras de conscientização, SIPATs, e outras formas de jogar conversa fora, sem ir ao centro do problema.

Cuidado ou proteção? – A maior parte do nosso trabalho é feito com o uso das mãos, seja para acionar comandos, ferramentas ou dispositivos, seja como meio de produção, para alimentar máquinas, posicionar peças ou fazer inspeção de superfícies, e até como a própria ferramenta, fazendo papel de pinça, martelo, alicate etc.

Mais da metade de todos os acidentes de trabalho na região metropolitana de São Paulo, dizem respeito a ferimentos nas mãos provocados por máquinas.
Por dia, segundo dados da Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo são pelo menos três acidentes graves com sequelas definitivas que ocorrem na operação de máquinas perigosas como prensas, guilhotinas, injetoras, cilindros etc.

É preciso entender que esses acidentes não ocorrem por falta de atenção, de treinamento, de experi-ência, de comportamento seguro ou qualquer outro fator individual do trabalhador.

A verdadeira causa desses acidentes são o descaso e a ganância das empresas.
Máquinas que permitem o acesso das mãos por falta de proteção das partes móveis são responsáveis por nove a cada dez acidentes.

Outras causas são a falta de manutenção, gambiarras e adaptações caseiras de baixo custo, projetos tecnologicamente ultrapassados, ritmo alto e muita pressão por produção.

Segurança se faz, primeiro, com investimentos em proteção de máquinas e em processos seguros de trabalho. Sem isso, é brincar de prevenção.

Comissão de Saúde, Condições de Trabalho e Meio Ambiente