Desemprego bate recorde e atinge mais de 13 milhões de trabalhadores
Também bateram recorde o total de desalentados, pessoas que deixaram de procurar emprego; e o de subutilizados, que trabalham menos horas do que gostariam
No trimestre de maio a julho deste ano, a taxa de desemprego subiu para 13,8%, atingindo 13,1 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. É a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação ao trimestre anterior (fevereiro a abril), que foi de 12,6%, o índice aumentou 1.2 ponto percentual. Já em comparação com o mesmo trimestre de 2019 (11,8%) são 2 pontos percentuais a mais, ou 561 mil pessoas desempregadas a mais no mercado.
“É sempre bom reforçar que essa situação é reflexo da falta de uma política clara de manutenção do emprego por parte do governo Bolsonaro. O aumento do desemprego não é só em função da pandemia do coronavírus, a crise já vinha acontecendo antes disso, sem que a equipe econômica liderada por Paulo Guedes apresentasse qualquer medida de geração de emprego”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
Desalentados e Subutilizados
Também bateram recorde o total de desalentados, pessoas que tentaram muito, não conseguiram e deixaram de procurar emprego; e o de subutilizados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam.
O contingente de desalentados é 5,8 milhões de trabalhadores, só no trimestre móvel encerrado em junho, mais 913 mil pessoas entraram no desalento. O total de trabalhadores subutilizados chegou a 32,9 milhões, alta de 14,7% (14,2 milhões de pessoas) em relação a abril. Na comparação com julho de 2019, a alta foi de 17% (4,8 milhões de pessoas). A taxa composta de subutilização ficou em 30,1%, outra marca inédita.
“É enorme a quantidade de pessoas que desistiram de procurar emprego por falta de oportunidades, isso é muito desolador, é o retrato do Brasil de hoje. O mesmo país que já viveu a era do pleno emprego, hoje mostra que não tem perspectiva nenhuma na economia, já que não há política de criação de emprego. Isso sem considerar o pessoal que faz bico, os informais. Há um mundaréu de pessoas que não tem segurança no emprego, não tem um salário fixo, não tem nenhuma cobertura em relação à seguridade que está ao relento”, destacou o dirigente.
População ocupada
As pessoas que possuem alguma profissão, remunerada ou não, por conta própria ou como empregador – recuou para 82 milhões, o menor contingente da série. Essa população caiu 8,1% (menos 7,2 milhões pessoas) em relação ao trimestre anterior, e 12,3% (menos 11,6 milhões) frente ao período de maio a julho de 2019. O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019.
“É enorme a quantidade de pessoas que desistiram de procurar emprego por falta de oportunidades”.
Aroaldo Oliveira da Silva