Desemprego bate recorde na Europa

O desemprego na Europa volta a bater recorde e o mal-estar social toma conta de algumas das principais cidades do continente. Dados divulgados ontem pela Comissão Europeia indicaram que os programas de austeridade adotados pelo continente continuam a ter repercussões sociais e que a taxa de desemprego, apesar dos esforços, continua em expansão.

Nos 17 países da zona do euro, a proporção de desempregados chegou a 10,3% em outubro, maior taxa desde que os dados começaram a ser coletados em 1995. Para o bloco europeu inteiro, de 27 países, o desemprego atingiu 9,8%.

A questão do desemprego se transformou no principal argumento de governos de direita e esquerda, candidatos e grupos de oposição para atacarem planos de redução de gastos. Mas pouco tem sido feito para reverter essa tendência e 2011 terminará com uma taxa superior às projeções dos analistas.

No total, são 23,6 milhões de europeus desempregados. 16,3 milhões deles estão nos 17 países que usam a moeda única. Em apenas um mês, mais 126 mil pessoas perderam o emprego.

Uma vez mais, a Espanha lidera a taxa de desempregados, passando de 22,5% em setembro para 22,8% em outubro, quase 5 milhões de pessoas. A Grécia vem em segundo lugar, com 18,3% – a maior taxa em 20 anos -, mas com a maior expansão mensal do desemprego, por conta das medidas de austeridade que começam a surtir efeito.

Dos 27 países do bloco, 15 viram a taxa de desemprego subir. Mas o que mais preocupa as autoridades é que a proporção de jovens sem trabalho já chega a 21,4%, cerca de 5,5 milhões de pessoas.

Em apenas um ano, 222 mil jovens foram demitidos. Uma vez mais, Grécia e Espanha são os casos mais preocupantes, com quase um a cada dois jovens sem trabalho.

Do outro lado, estão países como Áustria, Luxemburgo e Holanda, com taxas de desemprego em cerca de 4,5%. Na Alemanha, a taxa ainda caiu para 6,9% em novembro, de 7% no mês anterior, renovando a mínima em 20 anos registrada em setembro.

Os dados são publicados no momento em que sindicatos em todo o continente planejam manifestações para deixar claro que não querem pagar pela crise.

Do Estadão