Desemprego entre os jovens brasileiros chega a quase 40%
Falta de políticas públicas de geração de empregos, formação técnica e qualificação profissional para os jovens impacta no futuro de todo o país
A situação de quem procura o primeiro emprego no Brasil não é fácil e esse sonho se torna cada vez mais distante quando faltam políticas públicas voltadas para a juventude. Segundo o IBGE, no primeiro trimestre de 2022, a taxa de desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos ficou em 30,6%. Na faixa etária de 14 a 17 anos, ficou em 7,2%.
Outro número que chama atenção é o dos chamados nem-nem, aqueles que não estudam nem trabalham. Em 2020, 35,9% dos adultos de 18 a 24 anos no Brasil não estavam nem na escola nem empregados, apontou um relatório da OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico).
Para o secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, além da crise econômica e sanitária causada pela pandemia do coronavírus, esses números são resultado da falta de políticas públicas e do teto de gastos que congelou os investimentos públicos por 20 anos.
“Faltam políticas públicas para geração de empregos, de formação técnica e qualificação profissional para os jovens, além de investimento em educação. Este governo nunca teve a educação como prioridade, dá prioridade às armas ao invés de livros, não tem compromisso com o país e, em especial, com os jovens”, avaliou.
Claudionor ressaltou que é preciso lutar contra a destruição de futuro planejada pelo governo Bolsonaro.
“Este é o governo da destruição, da destruição dos direitos, da educação e da perspectiva de futuro. Mas, por mais que tentem, não vão conseguir destruir o sonho da nossa juventude, de um país mais justo, fraterno, soberano e democrático. Não vão destruir nosso sonho de um país com oportunidades para todos e todas e, acima de tudo, com justiça social”.
Informalidade e precariedade
O coordenador do Coletivo da Juventude Metalúrgica do ABC, Américo José Galvanho Júnior, o Juninho, destacou que o que tem ocorrido no país é a diminuição dos direitos.
“Desde a reforma Trabalhista, se viu o contrário de tudo o que se prometia. A promessa era de mais oportunidades de empregos, porém o que se viu na prática foi a diminuição nos direitos e a precarização do trabalho, ou seja, o que não estava bom, ficou pior. Essas medidas fecharam as portas do trabalho formal e ampliaram os horizontes para a informalidade e a precariedade do trabalho”.
Juninho também lembrou que o governo tem editado medidas provisórias para criar subempregos de forma legalizada.
“São subempregos com meio salário mínimo e nenhum direito, isto só traz desalento aos jovens que sonham em adentrar ao mercado de trabalho e mudar sua perspectiva social. Temos um futuro incerto, a saída encontrada por muitos jovens é sair do país, e não é para intercâmbio ou vivência exterior, mas para conseguir um emprego onde possam sonhar com uma vida digna”.