Desemprego fica em 5,8% em abril, menor taxa para o mês desde 2002

 

 

 Após ter atingido o menor percentual para o mês de março em 11 anos, a taxa de desemprego manteve-se em patamar baixo em abril, de 5,8%, e foi novamente um recorde para o mês desde o início da série do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em março de 2002.

No mês anterior, a taxa havia ficado em 5,7%. Em abril do ano passado, a taxa foi de 6%, segundo dados divulgados pelo IBGE.

O total de pessoas desocupadas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE –Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo– foi estimado em 1,4 milhão, não apresentando variação significativa tanto na comparação mensal quanto na anual.

Apesar do emprego estar em nível baixo, a população ocupada apresentou a quinta taxa negativa na comparação mensal. Em abril, a população ocupada somou 22,906 milhões, ante os 22,922 milhões de março.

“Temos um mercado de trabalho neste ano com menos força do que em 2012”, afirma Cimar Azeredo Pereira, coordenador de trabalho e rendimento do instituto.

Segundo ele, o quadro do mercado de trabalho mostra que a atividade econômica não tem contratado.

Além disso, pela primeira vez desde janeiro de 2011 houve um crescimento da população ocupada inferior ao das pessoas em idade ativa. Ou seja, foram criadas menos vagas do que o número de pessoas com idade para trabalhar. “Esse quadro pode gerar uma deficiência dos postos de trabalho se for prolongado”, disse Pereira.

O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) foi estimado em 53,6% em abril nas seis regiões pesquisadas.

O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou estável em relação a março e cresceu 3,1% em relação a abril de 2012. Foram mais 342 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano, chegando a 11,4 milhões de pessoas.

 

SETORES

De março para abril, o emprego caiu mais no setor de outros serviços (turismo, hotelaria, entre outros) –que fechou 77 mil vagas de um mês para o outro, o equivalente a uma queda de 1,9%– e serviços domésticos, com retração de 1,1% (menos 16 mil postos de trabalho).

Também registrou taxas negativas o setor de serviços prestados a empresas, com perda de 0,8%, e a indústria, com leve queda de 0,1%.

O emprego, no entanto, avançou no setor de construção (1,7%), educação, saúde e administração pública (1,3%) e comércio (1%).

Segundo o IBGE, o rendimento da população ocupada, estimado em R$ 1.862,40 no mês passado, apresentou expansão de 1,6% na comparação com abril de 2012 e recuo de 0,2% em relação a março.

 

Da Folha de S. Paulo