Desemprego no Brasil aumenta 27,6% durante a pandemia
Os indicadores de emprego e renda divulgados ontem pelo IBGE mostram que o desemprego aumentou 27,6%, totalizando 12,9 milhões de brasileiros, 2,9 milhões a mais do que o registrado em maio.
“Os números apontam a falta de uma política clara de manutenção do emprego. Isso sem contar os desempregados informais e as pessoas que desistiram de procurar emprego, os desalentados. O desemprego no Brasil é maior ainda”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
O dirigente explicou que a crise econômica e de emprego já vinha acontecendo desde antes da pandemia do coronavírus, com PIB (Produto Interno Bruto) negativo em janeiro e em fevereiro.
“O governo não tem política de recuperação dos empregos porque apostou na desregulamentação do emprego, na lógica do trabalho ‘uberizado’, precarizado e acha, erradamente, que o mercado vai regular essas relações”, explicou.
Além disso, 107 milhões de lares serão atingidos com a redução pela metade do auxílio emergencial a partir deste mês, de acordo com o IBGE. A falência de mais de 700 mil pequenos negócios até junho completa o cenário do desastre econômico e social.
“O caso é mais grave para a indústria, além de ser afetada pela economia e pela conjuntura, é atingida estruturalmente porque não existe política industrial no Brasil em defesa de uma indústria consolidada e que gere empregos no país. Mesmo saindo da pandemia, a indústria vai sofrer ainda mais”, alertou.