Desenvolvimento e saúde
Amanhã, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, eventos e atos em vários países do mundo lembrarão que, a despeito dos enormes avanços da ciência e da tecnologia, milhões de habitantes em todo planeta não contam com cuidados básicos como água potável, esgoto, alimentação e assistência médica.
Distribuindo saúde
Para países em desenvolvimento como o Brasil, a distribuição de saúde representa um problema e uma dificuldade tão grande ou maior que a distribuição de renda.
Em poucas regiões a saúde tem padrões comparáveis aos da Bélgica ou da Dinamarca. A maioria, no entanto, apesar de todo esforço dos últimos 3 anos, continua com indicadores entre os piores do mundo, muito próximos aos de países da África Central. Sobre esse verdadeiro abismo social teremos, cedo ou tarde, que estender uma ponte de ações do Estado como medida preventiva de uma ruptura social irremediável.
Saúde é consequência
A saúde de qualidade no Brasil sempre foi um privilégio de poucos. Para a maioria da população a saúde se resumiu a poucas e mal feitas políticas assistenciais, muitas vezes eleitoreiras, alimentadas durante séculos de domínio das elites pelo descaso e pela incompetência dos governantes.
Isso gerou a desigualdade na saúde que, de um lado, está intimamente ligada à falta de investimentos e, de outro lado, à má gestão pública dos recursos para infra-estrutura. É consequência direta da má distribuição da educação, da má distribuição do desenvolvimento e das oportunidades e da má distribuição das riquezas. Mas nesse ponto é preciso atenção.
Desenvolvimento só não basta
Não adianta esperar que apenas o desenvolvimento econômico seja capaz de modificar o quadro de calamidade em que se encontra a saúde.
Esse, aliás, é um dos erros que frequentemente temos cometido. Sem a presença forte do Estado na gestão de ações sociais, o desenvolvimento a qualquer custo apenas aumentará a concentração da riqueza.
É preciso, portanto, adotar modelos de desenvolvimento que gerem a saúde como uma de suas riquezas ao invés dos modelos econômicos que geram riqueza às custas da saúde!
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente