Desgoverno, desconfiança, e o crescimento que não vem

Semana passada o jornal Valor estampou na sua capa a frase de um ex-presidente do Banco Central, Persio Arida, literalmente entre aspas: “investidores veem Brasil como pária”.

No dicionário, podemos ver que “pária” significa, nessa frase, que o Brasil passou a ser um país completamente marginal no planeta, passou a ser excluído do convívio com as outras nações, especialmente as nações que fazem parte dos principais fóruns de governança global.

Isso se deve à total incapacidade do atual desgoverno federal em conduzir minimamente qualquer ação pública razoável, e, ao longo dos dias, foram chegando as notícias sobre o pessimismo nas expectativas de crescimento para 2021 e 2022. Seja por parte de instituições financeiras como institutos de pesquisa, o relativo otimismo com a possível retomada foi substituído pela realidade eloquente: não haverá como crescer sem investimento e sem o consumo das famílias. E não haverá como crescer se não há um mísero plano para que isso se torne possível.

No que diz respeito aos investimentos externos, o país vive um retrocesso que nos coloca na situação que tínhamos há 20 anos. Em 2020 a queda foi de 62%, quase o dobro da média mundial; em 2021, o cenário apenas piorou, o que vemos são anúncios de fechamento de fábricas, e não o inverso. No mercado de trabalho, o contexto também não mostra qualquer sinal de melhoria. Com isso, as previsões de crescimento para 2021 menos pessimistas falam em 5%, e abaixo de 2% para 2022, o que são números incompatíveis com a capacidade e com as necessidades da população brasileira, resultado das ações desordenadas e caóticas do desgoverno. Mas a desconfiança prevalece com o desgoverno, e o crescimento não vem.

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