Desigualdade de renda é a menor desde os anos 60
Programas sociais, geração de emprego e mais crédito, entre outras medidas, fizeram a renda dos brasileiros mais pobres crescer 14%, enquanto a renda média aumentou 3,6%. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que a desigualdade social atingiu o menor nível em 46 anos.
Renda dos mais pobres cresce 14%
Pesquisa inédita mostra que a desigualdade social atingiu o menor nível desde 1960 e a distância entre o poder de compra dos pobres e ricos continua caindo. A pesquisa foi elaborada pela Fundação Getúlio Vargas com base em números do IBGE.
A queda na desigualdade resulta de uma combinação de fatores como o programa Bolsa Família, o aumento real do salário mínimo, a criação de quase 4 milhões de empregos, mais crédito e queda nos preços de produtos básicos.
Em 2004, enquanto a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, a renda dos mais pobres cresceu 14%. Entre 2001 e 2004, a renda dos mais miseráveis subiu 23%.
“O ano de 2004 é um ano muito raro na história do País, não só pela melhora na distribuição de renda mas também pela qualidade”, disse o economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas.
“É como se os mais pobres tivessem vivido o esplendor de uma China”, comparou. Ele elogiou o Bolsa Família por ser um programa focado nos mais pobres.
No Nordeste, o comércio cresceu quatro vezes mais do que a média nacional, com taxa de 19%. Aumentou o consumo de comida, roupas e de produtos de higiene pessoal.
Neri disse que as políticas microeconômicas também ajudaram a impulsionar o crescimento. O acesso ao crédito subiu de 21% para 31% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ele acredita que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2005 vai mostrar uma queda bem maior na desigualdade social.
Poder de compra do salário mínimo dobra
No mês passado, os trabalhadores tiveram o maior poder de compra da história para os itens que compõem a cesta-básica.
Em maio, para comprar a cesta-básica era preciso desembolsar 48% do salário mínimo, menor índice dos últimos 24 anos.
De acordo com o Dieese, é a primeira vez desde 1982 que o assalariado gastou menos da metade do salário mínimo para comprar a cesta.
Em 2002, último ano do governo do PSDB/PFL, com um salário mínimo dava para comprar 1,2 cesta básica. Hoje, com o mínimo é possível comprar 2,5 cestas básicas.
Desde o governo Lula, o salário mínimo teve aumento real de 32% Em oito anos de FHC ficou em 20%.