Desigualdade diminui no Brasil e vira exemplo para o mundo
Ao contrário de outros países que cuidaram apenas do desenvolvimento econômico, o Brasil se preocupou também em diminuir as diferenças de renda da população
Foto: Raquel Camargo / SMABC
A inclusão de grande parte da população no mercado formal de trabalho, a valorização do salário mínimo, as políticas de distribuição de renda e outras mudanças ocorridas no País a partir de 2002, fizeram com que a desigualdade da população brasileira atingisse seus menores níveis desde a década de 60.
Em 2011, o índice de Gini, usado em todo o mundo para medir a distribuição de renda, caiu dos 0,607 na década de 1990 – o pior registrado em 50 anos – para 0,527 pontos, o melhor em meio século. Quanto mais próximo de zero for esse número, menos desigual uma nação é.
Outros dados positivos são encontrados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), que mostram que o rendimento médio das pessoas sem instrução aumentou 74% entre 2004 e 2011.
No mesmo período, os salários dos cidadãos com ensino médio incompleto cresceram 21,6%. Quem tem ensino superior completo teve avanço de 2,1% nos rendimentos.
Crescimento chinês
A redução das desigualdades no Brasil foi maior nos últimos dez anos e caminhou na contramão de outros países em desenvolvimento que, apesar de apresentarem bons índices de crescimento econômico não diminuíram as desigualdades sociais e de renda.
Isto aconteceu na China, por exemplo, que nos últimos anos registrou o maior crescimento econômico do planeta, mas o avanço das riquezas beneficiou principalmente os 20% mais ricos da população. Tanto que e os chineses estão interessados em programas brasileiros de distribuição de renda, como o Bolsa Família.
América Latina também fica mais igual
O rumo traçado pelo Brasil foi seguido pelos países vizinhos. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Avançadas (Ipea), em 13 das 17 nações da América Latina houve forte redução nas desigualdades nos últimos dez anos.
Assim como aqui, um ponto destacado para essa evolução foi a eleição de governos mais alinhados com a população mais pobre. Entre outros, Venezuela, Uruguai, Argentina, Bolívia e Equador também conseguiram ótimos resultados na redução da pobreza e da desigualdade graças a melhoria nas condições do mercado de trabalho, de acordo com o Banco Mundial.
Em países como a Argentina, por exemplo, a renda do trabalho e o aumento das vagas de emprego explicam mais da metade da queda da parcela da população que vivia em condições de pobreza.
Da Redação