Desmatamento e pandemias
A Semana do Meio Ambiente, encerrada ontem, foi realizada neste ano no Paquistão. O tema central dos debates foi “Restauração dos Ecossistemas”.
São causas que levam à degradação de ecossistemas a erosão e/ou esgotamento dos solos, a diminuição ou ausência de cobertura vegetal, a perda de qualidade e/ou capacidade produtiva e o desaparecimento de espécies. Segundo a ONU, existe uma forte relação entre o desmatamento, a perda de biodiversidade, a invasão do homem às áreas de florestas nativas e o aparecimento da pandemia causada pelo coronavírus.
Diversas pandemias já foram causadas por vírus transmitidos de animais para humanos, como HIV, Sars-CoV e Sars-CoV-2. Essas doenças podem ser resultantes do desmatamento contínuo, pois acabam aproximando animais silvestres e seus vírus das pessoas, conforme estudo publicado na revista Landscape Ecology. Relatório da FAO (ONU para Agricultura e Alimentação) informa que cerca de 70% das enfermidades registradas desde a década de 1940 tiveram origem em animais.
O desmatamento na Amazônia bateu recorde no 1º trimestre de 2020. Foram desmatados 796 km² de mata, um aumento de 51% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com informações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Além disso, os cientistas brasileiros do INPE afirmam que o desmatamento de uma floresta pode reduzir a incidência de chuvas em até 95%, transformando o local num deserto. Sem árvores, a chuva na região pode cessar por completo e doenças infecciosas, antes confinadas à vida selvagem, agora se alastram para áreas desmatadas.
Enquanto isso, cresce o número de internações pela Covid-19 em hospitais e o sistema sofre colapso em 10 capitais, com filas e ocupação das UTIs acima de 90%.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente