Desparecidos na ditadura: Livro revela história verdadeira

A história de 479 militantes
políticios, vítimas da
ditadura militar no Brasil
(1964 a 1985), foi recuperada
no livro Direito à memória e
à verdade. A obra é resultado
de 11 anos de trabalho da
Comissão Especial sobre
Mortos e Desaparecidos Políticos
e foi lançada quintafeira
em cerimônia no Palácio
do Planalto, com a presença
do presidente Lula e
vários ministros.

Editada pelo secretário
Especial dos Direitos Humanos,
Paulo Vannuchi, a obra
traz a versão divulgada durante
a ditadura para o que
teria ocorrido com os desaparecidos
políticos e a versão
verdadeira, obtida depois
da pesquisa realizada
pela comissão.

“Temos disposição e
vontade política para continuar
fazendo o que for preciso
para que a história do
Brasil seja contada como realmente
ocorreu”, disse Lula.

Para Vannuchi, a obra
não tem o objetivo de promover
revanchismo. “Ninguém
pode e ninguém será movido
por sentimentos de revanchismo.
Mas o silêncio e
a omissão também não permitem
a idéia de reconciliação,
que só pode nascer do
profundo conhecimento daquilo
que ocorreu”, afirmou.
Foram impressos 5 mil
exemplares, que serão distribuídos.
Uma versão eletrônica
está disponível na internete em
www.sedh.gov.br

Um documento histórico

Os militares que assumiram
o poder com o golpe
de Estado de 1964 instituíram
a repressão física
contra opositores como
sistema de governo.

Prisões sem respaldo
legal, torturas, assassinatos,
sequestros, desaparecimento
de opositores políticos
passaram a ser o método
de ação da ditadura e seus
sabujos.

A violência era usada
com o objetivo de intimidar
a organização de qualquer
oposição que colocasse em
perigo o regime. Mas os militares
nunca admitiram o uso
desta violência.

Aí está o maior mérito
de Direito à memória e à verdade.
Pela primeira vez, um
documento oficial do Estado
brasileiro reconhece a
existência da violência
praticaca durante a ditadura
militar.

É um passo importante
no reconhecimento do
arbítrio existente naquele
período e na abertura dos
arquivos da ditadura.