Desumano: mais trabalho e menos trabalhador?
Foto: Adonis Guerra
A relação entre a produtividade de uma empresa e a quantidade de trabalhadores inseridos no processo produtivo tem apontado o crescimento da exploração nos últimos 12 meses, com um número menor de trabalhadores e queda no salário. Confira os números detalhados na coluna do Dieese.
O estudo que aponta esse dado alarmante para a classe trabalhadora foi elaborado pelo Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o Depecon da Fiesp.
“A renda total do trabalhador diminuiu e o ritmo de trabalho individual aumentou, por mais que não tenha havido acréscimo na produção nacional. De fato há sobrecarga para quem está no chão de fábrica e ganho de produtividade para a empresa”, avaliou o secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
“É interessante observar que esses dados tenham sido divulgados pelo próprio empresariado, que, desta forma, admite lucrar mais sem valorizar o trabalhador”.
Para o dirigente, a tendência é que o quadro se agrave ainda mais com a Lei da Terceirização e a recém-aprovada reforma Trabalhista, que entrará em vigor em novembro. “Com o aumento de jornada, a negociação individual, a possibilidade de fatiamento das férias e o trabalho intermitente, são criados mecanismos para que os patrões garantam mais produtividade e mais lucros no esforço dos que estão no pé da máquina”, alertou.
“Esse estudo comprova uma condição desumana, com prejuízos que poderão ser irreparáveis. O companheiro entra em um processo extenuante e esse cansaço coloca em risco a sua saúde e até mesmo a vida”, completou.
Reforma da Previdência
Após a votação na Câmara que barrou a denúncia contra Michel Temer, o próximo passo do governo é tentar impor a discussão da reforma da Previdência.
Na última quinta-feira, 3, dia seguinte ao resultado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que a regra da aposentadoria deve ser votada até o mês de outubro. Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o tema será prioridade do Palácio do Planalto a partir de agora, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que será possível apreciar o projeto no plenário já no próximo mês.
São necessários 308 votos para aprovação do texto, mais do que os 263 que bloquearam a investigação contra Temer.
Da Redação.