Dia da Consciência Negra é marcado por mais de uma centena de atos no Brasil e no exterior
Metalúrgicos do ABC participam de manifestação na Paulista e reforçam o coro pelo fim deste governo racista
A população saiu às ruas no Brasil e no exterior no sábado, Dia da Consciência Negra, para mostrar sua resistência e denunciar os impactos negativos causados pela condução do governo que são sentidos em maior dimensão pela população negra. Ao longo de todo o dia, mais de 120 atos foram registrados.
Na Avenida Paulista, os Metalúrgicos do ABC marcaram presença na 18ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo e uniram-se aos demais movimentos sociais, sindicais, partidários, estudantil e negro na luta antirracista.
“Os atos no Brasil inteiro demonstram como a questão racial é tratada no nosso país, infelizmente ainda existe um preconceito muito forte contra o negro. Para quem acha que não existe, é só olhar os números da população carcerária, dos assassinatos, da repressão policial, é uma questão preocupante”, declarou o secretário-geral do Sindicato, presente no ato, Moisés Selerges.
O dirigente destacou ainda que a dívida que o Brasil tem com essa população é muito grande e que talvez nunca seja equacionada. “Essa dívida não se paga só com as cotas raciais ou outras políticas, que inclusive não existem agora, temos que fazer muito. Mas mesmo que fizermos muito, acredito que não pagará o que o povo negro sofreu e segue sofrendo”.
Comissão de Igualdade Racial
“Estivemos presentes no ato com um grande grupo de trabalhadores, orquestrados e guiados pelo sentimento de mudança. Por meio da sua Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo, o Sindicato mostra o quanto a cada dia seus dirigentes, militantes e lideranças de diversas vertentes estão em uma única voz contra o racismo. Ao contrário do que eles pensam, o gigante nunca esteve adormecido, declarou o coordenador da Comissão, Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália.
Arte como marca de resistência
Na Paulista, movimentos culturais negros lembraram que a arte é uma forma de resistência e promoveram roda de capoeira, música e dança. Além disso, os manifestantes referenciaram os mais de 611 mil mortos pela Covid-19, carregando cartazes, cruzes e bandeiras.