Dia de Luta contra pedágios paulistas

Número de postos em São Paulo é o maior do Brasil e também o que mais sobe. Eram 40 em 1997 e saltaram para 225, hoje. Aumento é resultado da privatização das estradas promovida por governos do PSDB.


São Paulo terá Dia de Luta contra pedágio

São Paulo vai assistir em 1º de junho o Dia de Mobilização contra os pedágios. A ação está sendo organizada por grupos revoltados contra a verdadeira extorsão que está sendo praticada nas estradas paulistas, segundo a Comissão Cidadania e Participação de Indaiatuba.
São Paulo é o Estado brasileiro com o maior número de pedágios e onde seu número mais cresce. Em 1997, existiam apenas 40 praças, todas sob gestão estatal. Nos anos seguintes, a política de concessão das rodovias para a iniciativa privada praticada pelos governos do PSDB multiplicou por 5,5 o número de pedágios e hoje eles são 225.
E a ameaça continua, pois Serra já anunciou que seu número vai aumentar. Desde que tomou posse, ele criou 82 novas praças de pedágio.
Até onde?
A quantidade absurda de pedágios em São Paulo afeta os metalúrgicos do ABC. O companheiro Edson Silveiro, o Bailarina, atravessou 11 praças de pedágio numa viagem de ida e volta de Mauá a Birigui, no interior, em outubro do ano passado. No feriado de Carnaval, menos de seis meses depois, Bailarina repetiu o mesmo percurso e cruzou 22 praças. “Dobrou! Não sei onde isso vai parar”, diz indignado.


Nem todos usam, mas todos pagam

Levantamento da assessoria do PT na Assembleia Legislativa mostra a conta dessa farra com o dinheiro público, cujo resultado é todos pagarem pedágio mesmo sem nunca ter passado numa praça.
Como exemplo, um caminhão com cinco eixos deixa R$ 290,50 nos dez pedágios do complexo Anhanguera-Bandeirantes, o equivalente a 10,7% da despesa total da viagem.
Como perto de 90% do transporte paulista é rodoviário, dá pra perceber que você paga pedágio sobre qualquer coisa que consumir.
Compare! – Outro exemplo. Uma viagem de ida e volta entre São Paulo e São José do Rio Preto, com pouco mais de 880 quilômetros, custa R$ 118,00 ao motorista, em carro de passeio.
Já a ida e volta entre São Paulo e Belo Horizonte, com cerca de 1,2 mil quilômetros, em rodovia federal, o preço é de R$ 17,60. Contente com essa história só mesmo as concessionárias.
A Via Oeste, que cuida do complexo Castello-Raposo Tavares, anuncia orguhosa em seu site na internet que 615 mil veículos cruzaram as rodovias apenas no Carnaval.
Se cada um deles pagou apenas o primeiro pedágio (ida e volta) na Castelo, de R$ 2,80, a empresa faturou R$ 3,4 milhões só naquela praça.