Dia Internacional do orgulho LGBTQIA+: É preciso combater a violência e aumentar a diversidade no mercado de trabalho

O número de mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no Brasil cresceu 13,2% em 2024, quando comparado com os registros do ano anterio

O Dia Internacional do Orgulho, celebrado amanhã, 28 de junho, marca a luta histórica da comunidade LGBTQIA+ por direitos civis, visibilidade e igualdade Para além da celebração pelos avanços, a data marca a urgência na proteção dessa comunidade que ainda enfrenta muito preconceito e violência.

De acordo com o Observatório do Grupo Gay da Bahia, a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina, o número de mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no Brasil cresceu 13,2% em 2024, quando comparado com os registros do ano anterior. Segundo os dados, o Brasil teve 291 pessoas da comunidade LGBTQIA+ mortas no ano passado, 34 a mais que em 2023, quando o país registrou 257 casos. O país ainda figura entre os mais violentos do mundo em se tratando de violência contra essa população.

De 2014 a 2023, houve um aumento de 1.193% de casos de violência contra homossexuais e bissexuais no Brasil, de 1.111% contra mulheres trans, de 1.607% contra homens trans, e de 2.340% contra travestis, aponta o Atlas da Violência, divulgado no último mês.

“É nosso dever, enquanto movimento sindical, levantar a voz contra todas as formas de violência que atingem essa população. É preciso garantir respeito, segurança e direitos para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, inclusive no mercado de trabalho que precisa ser mais inclusivo diverso e acolhedor. A violência contra LGBTQIA+ não é um problema só dessa população é uma questão de toda a sociedade e de toda a classe trabalhadora”, reforçou a diretora executiva do Sindicato e coordenadora das Comissões, Andréa de Sousa, a Nega.

1ª Marcha da CUT

No mês de celebração do orgulho LGBTQIA+, a CUT realizou a 1ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora LGBTQIA+, com os temas “trabalho digno, geração de renda e defesa da democracia”. O ato aconteceu no dia 20, dois dias antes da tradicional Parada do Orgulho na Avenida Paulista.

A marcha reuniu centenas de trabalhadores e trabalhadoras no centro de São Paulo para reafirmar que não há justiça social sem a inclusão da diversidade sexual e de gênero no mundo do trabalho e nas políticas públicas.

O coordenador da Comissão LGBTQIA+ do Sindicato, Arthur França, ressaltou a relevância da iniciativa. “Neste mês, celebramos com entusiasmo a realização da imprescindível marcha dos trabalhadores e trabalhadoras da CUT, a primeira na história, que simboliza a árdua luta da população LGBTQIA+ por trabalho digno. Muitas vezes o mercado fecha às portas devido ao preconceito e conservadorismo, o que torna nosso movimento um marco na busca por igualdade”.

Censo inédito no Grande ABC

Uma iniciativa histórica e inédita no Brasil vai mapear a realidade da população LGBTQIA+ nas sete cidades da região do Grande ABC: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Como participar?

A coleta de dados será realizada de forma presencial e online. Para acessar o formulário digital, acesse o QRdode.