Dia Mundial da Saúde e a pandemia
Ontem, Dia Mundial da Saúde, o Brasil bateu mais um recorde no número de mortes pela Covid-19. Foram mais de 4.000 mortes, apesar do trabalho incessante, desgastante e exaustivo dos profissionais de saúde, a quem rendemos nossas homenagens pela dedicação em tentar salvar vidas.
Nesse contexto, de falta de isolamento, lentidão na vacinação e caos na gestão de saúde levada a cabo pelo governo federal, autoridades sanitárias trabalham com a expectativa de atingirmos a taxa de 100 mil mortes em 30 dias, segundo cálculos da Universidade de Washington.
Deveríamos já ter vacinado todas as pessoas dos chamados grupos de risco e os profissionais de serviços essenciais. O governo federal, com suas atitudes negacionistas, deixou de assumir o papel de liderança nacional num processo de comunicação coordenada entre as esferas de governos federal, estadual e municipal.
O presidente e seus ministros da Saúde não orientaram a população sobre a gravidade da doença. Ao contrário, minimizaram seus sintomas e os impactos que a pandemia poderia trazer. Negaram, e continuam negando, a necessidade de fazer lockdown nas cidades e regiões que já sinalizavam exaustão e pré-colapso do sistema de saúde. Pra piorar, perderam o tempo da compra de vacinas, medicamentos e insumos.
Com a aproximação do inverno, podemos chegar a mais de 500 mil mortes, ainda no primeiro semestre; a um aumento da desigualdade social; à falta de acesso a ambientes seguros, água, ar limpos e serviços de saúde, e à insegurança alimentar e, talvez, à extinção do SUS.
TRISTE CENÁRIO.
Comente este artigo. Envie um e-mail para dstma@smabc.org.br
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente