Dia Mundial do Meio Ambiente – Lixo e esgoto longe de uma solução no ABC
Parte do esgoto doméstico e industrial do ABC nem é coletada ou tratada e tem a Billings e o Rio Tamanduateí como destinos. O Sindicato quer pauta ecológica que envolva as empresas.
Apesar dos plantios de
árvores e outras atividades
que estão sendo realizadas
hoje para comemorar o Dia
Mundial do Meio Ambiente,
a atenção dispensada ao
tratamento de esgoto e reciclagem
do lixo continuam
muito aquém do ideal.
Aqui na região do ABC,
boa parte do esgoto doméstico
e industrial nem é coletada
e vai diretamente para a
represa Billings e para o Rio
Tamanduateí. A maior parte
do coletado não é tratada.
São Caetano, por exemplo,
recolhe todo o esgoto
e não trata nada, de acordo
com a Sabesp. Já São Bernardo
coleta menos de 78%
do esgoto produzido e trata
14% do total coletado.
Os números em relação
ao lixo também são
desanimadores.
As sete cidades da região,
juntas, produzem cerca
de 50 mil toneladas de
lixo por mês, e apenas Santo
André possui um aterro sanitário
municipal.
As outras cidades pagam
para usar aterro particular
localizado em Mauá.
Esses dois aterros terão
sua capacidade esgotada em
dois anos.
O prefeito de Santo
André, João Avamileno,
disse que é preciso pensar
numa solução antes de a
vida útil dos aterros terminar.
“Precisamos achar outras
alternativas para o lixo,
discutir novas tecnologias,
a implantação de locais de
incineração e um possível
aterro público para ser utilizado
por toda a região”,
disse ele.
O aumento da produção
de lixo, aliado à deficiência
da coleta, faz com
que parte dele acabe nos
córregos e na Billings.
Sindicato quer pauta ecológica
Uma das preocupações
do nosso Sindicato
é o destino dos resíduos
sólidos das empresas.
“Elas contratam outras
empresas, que pegam
o lixo e ninguém sabe para
onde vai”, disse o secretário-geral eleito, Wagner
Santana, o Wagnão.
Ele afirmou que a ausência
de tratamento de
esgoto, uma das causas
da degradação ambiental,
deve ser debatida junto aos
fóruns regionais.
“Os centros urbanos
estão saturados e o poder
público não dá conta da
demanda”, lembrou.
Redução de poluentes – Wagnão afirmou, ainda,
que o Sindicato também
quer, a exemplo do que
acontece na Europa, firmar
acordos com as montadoras
para que a emissão de
poluentes seja gradativamente
reduzida.
“Além de reduzir a
poluição, as empresas investiriam
em tecnologia”,
comentou.
Wagnão disse da necessidade
de renovar a frota
de caminhões e ônibus,
que é antiga, e da criação de
centros de reciclagem para
o aproveitamento cada vez
mais dos materiais usados
na produção dos carros.