Diadema começa negociação no setor de autopeças

Em encontro do Arranjo Produtivo Local de
autopeças, realizado semana passada, foi
apresentado um diagnóstico sobre o setor na
cidade. Com os resultados em mãos, trabalhadores,
empresários e prefeitura começam a negociar
melhorias nas condições de trabalho, produção e
na competitividade das empresas.

Perfil do setor dá início às negociações

As negociações sobre o
Arranjo Produtivo Local
(APL) de Autopeças de Diadema
estão prontas para começar.

Diagnóstico com dados
do setor foi apresentado na
semana passada, apresentando
um perfil das fábricas e
um conjunto de reivindicações
de trabalhadores e empresários
para trazer melhorias
nas condições de trabalho,
produção e competitividade
das fábricas. O setor
reúne empresas dos setores
metal-mecânico, de plásticos
e de borracha.

O diagnóstico foi realizado
pelo Dieese e pela Secretaria
de Desenvolvimento
da cidade, com o objetivo
de descobrir gargalos e indicar
caminhos para os três segmentos.

A pesquisa começou em
março de 2006, envolvendo
diretamente 41 empresas da
cadeia e oficinas nos três setores,
com a participação de
trabalhadores, empresários e
o setor público.

Segundo o secretário de
Desenvolvimento Econômico
de Diadema, Joel Fonseca,
o diagnóstico servirá de
base para as discussões que o
APL irá realizar daqui para
frente. “Com os dados, vamos
reunir os atores envolvidos
e ver quais as deliberações
que serão encaminhadas para
resolver os problemas apontados”,
afirma.

Segundo o coordenador
da Regional Diadema do Sindicato,
Hélio Honorato, o
Helinho, o setor apresenta
uma grande diferenciação no
perfil das empresas. “Algumas
são modernas, competitivas e
com tecnologia. Mas outras
não têm capacidade para
grandes investimentos, têm
dificuldades na gestão e produção”,
apontou o dirigente.

Para Helinho, é importante
a participação dos trabalhadores
no APL pois é
uma forma de garantir que o
desenvolvimento das fábricas
represente também melhora
na qualidade das condições
de trabalho. “São as contrapartidas
que sempre exigimos
em qualquer negociação que
envolva o poder público”,
lembrou.

Entre as demandas mais
importantes apresentadas pelos
trabalhadores é a necessidade
de qualificação profissional,
transporte e alimentação.

Cidade tem 40% da cadeia automotiva do ABC

As indústrias de autopeças
em Diadema representam
40% da cadeia automotiva da
região, gerando um terço de
empregos formais na cidade.

Em 2005, segundo dados
da RAIS (informação
das empresas ao Ministério
do Trabalho) existiam na cidade
347 empresas na cadeia
automotiva e cerca de 20 mil
trabalhadores.

O setor plástico tem o
maior número de fábricas
(57%), enquanto o metal-mecânico
comporta o maior número
de trabalhadores (49%).

Do total de fábricas,
86% são micro e pequenas
(até 99 trabalhadores), 12%
são médias (de 100 a 499
funcionários) e apenas 2%
são grandes empresas (mais
de 500 empregados).