Diálogo, só com balas e bombas

A invasão da USP pela PM e a repressão à greve dos servidores, professores e alunos da universidade na semana passada foi a mais recente demonstração do uso da força contra o diálogo como marca registrada da gestão José Serra.
Há mais de um mês, os funcionários da USP estão parados para exigir que o Estado apresente condições dignas de trabalho. Ao ordenar a ocupação do campus da universidade, o tucano Serra fez o que a ditadura militar (1964 a 1985) jamais ousou fazer.
A PM entrou em confronto com alunos, professores e funcionários que realizavam uma passeata pacífica de protesto, na terça-feira passada, e distribuíam flores a quem passase no local. A Força Tática da PM usou bombas de gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha contra os manifestantes.

Truculência
Conforme a CUT São Paulo, os sucessivos governos tucanos jamais aceitaram conversar com os servidores do Estado, mesmo após a aprovação de uma data-base do funcionalismo pela Assembleia Legislativa, em 2006.
Os professores reivindicam 42% de reajuste para retornar aos níveis salariais de 1995. Já os funcionários querem 6,1% de reajuste, mais 10% para repor perdas anteriores e a definição de um plano de carreira.