Dica do Dieese – Spread bancário

Um dos principais obstáculos para um país sair de uma crise financeira é o spread bancário. Este termo tão comentado nos últimos dias é a diferença entre os juros que o banco paga para ter o dinheiro e a taxa que ele cobra do cliente na hora do empréstimo. No Brasil, o spread é elevadíssimo e considerado um dos maiores do mundo.
As altas taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras no Brasil reduzem a capacidade de investimento produtivo da economia, inibindo o crescimento da renda e do emprego. Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), para estimular o crescimento econômico e a liberação de crédito no País é necessário que o spread baixe bastante.
Se fixado em 17,75%, por exemplo, o custo com cartão de crédito e cheque especial cairia 82%.
No esforço de tentar incentivar o aumento da concorrência bancária e a queda do custo do crédito, o Banco Central passou a exibir a partir deste mês em sua página na internet (www.bcb.gov.br) um link direto para a tabela de juros médios cobrados nos bancos.
A tabela apresenta as taxas por modalidades de crédito, como cheque especial, crédito pessoal, aquisição de veículos e bens para pessoa física, e as taxas de descontos de duplicatas, capital de giro, conta garantida e aquisição de bens no caso de pessoa jurídica.
A situação financeira de vários países é preocupante, inclusive com falências de grandes bancos, e nem por isso eles têm juros tão altos.
A preocupação do governo federal com o spread bancário faz todo sentido.
Não há justificativas para juros tão exorbitantes aqui no Brasil, visto que o sistema financeiro anda muito bem das pernas e ganhando rios de dinheiro.
Vale lembrar a fusão do Itaú e do Unibanco, que, juntos, formaram o maior banco do País e o maior grupo financeiro do hemisfério sul.

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