Dilma lança projeto para ajudar viciados em crack
Mais de 14 mil agentes deverão ser formados para atender usuários
O governo apresentou nesta quinta-feira (17) um programa de capacitação para agentes especializados no atendimento a usuários de crack. Em todo país, 49 universidades públicas vão oferecer cursos de formação e extensão nas áreas de assistência social e saúde específicos para tratamento de dependentes químicos.
Cada uma irá oferecer um pacote de quatro cursos para formar 300 profissionais. Até o final do ano, serão 14.700 espalhados por 844 municípios em 19 Estados. A seleção dos profissionais caberá aos secretários municipais e estaduais de saúde. Eles deverão atuar em hospitais, núcleos de saúde familiar e centros de referência para tratamento.
As universidades beneficiadas com o programa – cada pacote está orçado em R$ 300 mil — foram escolhidas a partir de um concurso público aberto. A maioria se concentra nas regiões Sudeste e Sul.
No evento do programa, que reuniu reitores e ministros, a presidente Dilma Rousseff disse que o país passa por um “quadro extremamente preocupante” na questão das drogas e reiterou que seu governo irá fazer um “enfrentamento sistemático ao crack”.
– Devido às características de nossa juventude, nós sabemos que essa é uma droga que tem uma capacidade de propagação muito elevada.
Primeiro que sai barato, segundo que é extremamente danosa. E terceiro porque contribui para uma desagregação da personalidade, mas também dos índices sociais.
O programa integra a segunda fase do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack, lançado no ano passado em meio à campanha eleitoral de Dilma. É caracterizado como “ação estruturante”, para formas de enfrentamento que vão além de ações imediatas.
A secretária nacional de combate às drogas, Paulina Duarte, destacou a importância de reforçar o atendimento permanente em centros especializados para dependentes.
– Não é mais possível pensar que [apenas] com atendimento em ambulatório e hospital o dependente de drogas terá sua situação resolvida.
Ela informou que no próximo mês a Fundação Oswaldo Cruz deverá apresentar um levantamento nacional com número e incidência dos usuários de crack em cada região do país.
Sobre a concentração de cursos para formação no Sul e Sudeste, disse que mais universidades dessas regiões se interessaram pelo projeto, mas admitiu que é onde há mais conhecimento técnico para estudos sobre drogas.
Do R7