Dilma promete às centrais incentivar produção e emprego

Presidenta prometeu que o ministro da fazenda Guido Mantega vai ouvir as reivindicações das centrais sindicais em até duas semanas


Artur Henrique, presidente da CUT (na foto, à direita de Dilma) aproveitou parar cobrar o fim do imposto de renda na PLR.
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

Em reunião com as seis maiores centrais sindicais brasileiras nesta quarta-feira (14/3), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff disse que aqueles que apostarem na valorização do real frente ao dólar irão perder e que o governo poderá editar novas medidas para conter a alta da moeda brasileira. Ela também prometeu defender a produção nacional e o emprego.

Segundo o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, a presidenta ouviu a pauta dos trabalhadores que pedia medidas estruturantes sobre os problemas atuais com câmbio, juros, emprego e produção e prometeu orientar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para marcar uma reunião em, no máximo, duas semanas para debater as reivindicações.

Ainda conforme o dirigente cutista, durante o encontro que durou mais de duas horas, a presidenta fez uma extensa explanação sobre a crise econômica mundial e os movimentos especulativos de entrada de dólares no Brasil.

Ela acrescentou que o governo monitora diariamente este movimento mundial do capital especulativo, por isso é obrigada a tomar algumas decisões muito depressa e não tem tempo de avisar a todos. 

Presidenta nega reforma trabalhista
Artur aproveitou a reunião e fez uma cobrança dura sobre a falta de resposta do governo sobre a isenção do Imposto de Renda na PLR, pois o pedido foi encaminhado há mais de um ano e até agora não houve qualquer resposta.

“Uma decisão positiva sobre esse tema ou sobre as convenções da Organização Internacional do Trabalho com relação aos servidores públicos e as empregadas domésticas teriam um simbolismo muito forte junto à classe trabalhadora”, afirmou Artur na reunião.

O dirigente aproveitou e também cobrou Dilma sobre rumores de que o governo pretende flexibilizar a CLT. “Ela respondeu, e pediu para espalhar que seu governo não fará qualquer reforma que coloque em risco os direitos dos trabalhadores, ainda mais na situação atual de crescimento das carteiras assinadas”, contou Artur.

No final da reunião, a presidenta determinou que o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, construísse uma pauta com as demais reivindicações apresentadas – redução de jornada, aposentadoria etc. – para também serem debatidas em reunião específica.

Outra decisão da presidenta anunciada no encontro foi uma reunião com empresários, onde eles serão cobrados a fazer investimentos no País.

Artur Henrique considerou que a reunião teve aspectos positivos, mas poderia ser melhor. “Por um lado começamos a construir uma agenda mais objetiva para discutir os problemas do País, por outro faltou o anuncio de medidas concretas que podiam ter sido feitas imediatamente, como o fim do imposto de renda na PLR”, concluiu.

*Corrigidoem 15/3
Da Redação