Dinheiro para o trabalhador: Governo autoriza desconto de empréstimo em folha
O presidente Lula assinou ontem medida provisória que permite aos trabalhadores da iniciativa privada tomarem empréstimos dos bancos com desconto em folha. O valor máximo é de até cinco vezes a renda líquida. O pagamento em parcelas fixas pode ser dividido em até 24 vezes. As prestações não devem superar 30% do salário líquido.
A idéia foi apresentada pelo presidente da CUT, Luiz Marinho (foto). O sindicalista disse que o desconto na folha de pagamento reduz a inadimplência e, por consequência, os juros cobrados pelos bancos têm que diminuir.
Para Marinho, as taxas nesses empréstimos deverão variar entre 2% e 3% ao mês invés dos 6% a 10% cobrados hoje. “É um programa importante para os trabalhadores por que os juros serão, com certeza, inferiores aos praticadas pelo mercado”, afirmou. “Tudo vai depender das negociações”.
Marinho explicou que existirão três tipos de empréstimos. O primeiro possibilita ao trabalhador fazer a negociação direta com o banco; o outro permite à empresa propor empréstimo ao trabalhador, com o aval dos sindicatos; e o terceiro será proposto diretamente pelo sindicato, por meio de negociações da categoria.
No caso de o trabalhador ser demitido, Marinho afirma que há possibilidade de ser utilizado o valor da rescisão para o pagamento do empréstimo, mas a decisão sobre o que pode ser feito, na opinião do sindicalista, deve ser do trabalhador.
Ontem mesmo o Banco do Brasil anunciou início de operação de linha de crédito nessa nova modalidade de empréstimo.
>> Cooperativa já opera com essa modalidade
O desconto de empréstimo em folha de pagamento já é praticado pela Cooperativa de Crédito dos Metalúrgicos do ABC. Os companheiros na Karmann-Ghia, primeira empresa a fazer acordo, já podem obter essa vantagem.
A Cooperativa negocia medida semelhante com outras empresas. O objetivo é o de também poder oferecer crédito com taxas menores.