Direção entrega Tribuna na Delga e dialoga com trabalhadores
Na pauta principal, o alerta sobre os prejuízos da MP 1113, que visa acabar com o auxílio-acidente, e a necessidade de mobilização para mudar os rumos do país
Na madrugada de ontem, a direção executiva do Sindicato esteve na porta da Delga, em Diadema, entregando a Tribuna em mãos para os trabalhadores e dialogando sobre a MP 1113 e a situação do Brasil.
Os dirigentes alertaram sobre os prejuízos da Medida Provisória que passa um “pente fino” no direito de trabalhadores acidentados ou com doença ocupacional e visa dificultar o acesso ao auxílio-acidente. O assunto foi detalhado na edição de ontem.
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira do Nascimento, criticou a falta de políticas voltadas para a indústria e endossou que é urgente trabalhar pela mudança.
“Nunca se fez tão necessária a unidade do conjunto da classe trabalhadora como neste momento delicado e difícil de retirada de direitos. Os trabalhadores estão perdendo direitos, perdendo empregos por falta de política institucional. Na verdade, o que falta no Brasil é governo. É urgente mudar os rumos deste país”.
Preocupação com a indústria
Sobre a questão da indústria, Claudionor lembrou das paradas nas montadoras por falta de componentes para finalizar a produção dos veículos e atender a demanda do mercado, o que tem impacto direto nas autopeças, como é o caso da Delga.
“O Brasil que tem tanta capacidade intelectual e tecnológica para produzir até aviões não produz semicondutores. Aqui falta chip, falta pneu. Isso afeta as empresas, inclusive a Delga que fornece para as montadoras. Essa situação não é só por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, antes já faltava semicondutores. Isso é consequência da falta de política industrial”.
Debate sobre a importância do Sindicato
O CSE na fábrica, Diego Goulart Santos Ribeiro, ressaltou que a visita da direção ajuda a gerar o debate. “A visita do Sindicato é importante para os trabalhadores se sentirem mais próximos da direção e da representação no chão de fábrica. Também ajuda a gerar um debate sobre a importância do Sindicato na vida dos trabalhadores”.
“É essencial ter uma fábrica organizada e politizada, que reconheça a qual classe social pertente. Existe uma disputa de argumentos na política, de um lado os que querem destruir os direitos dos trabalhadores e do outro, o Sindicato na defesa dos direitos dos trabalhadores. Esse debate deve promover uma reflexão sobre o que é se sentir representado e organizado no dia a dia”, concluiu.