Direita europeia quer fim de meta para abolir motores a combustão até 2035
A UE deveria cancelar sua meta de proibição total da venda de novos carros com motores de combustão após 2035 para ajudar a preservar sua indústria automobilística, disse o líder do maior partido político no Parlamento Europeu. Manfred Weber, que lidera o Partido Popular Europeu (PPE) da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, disse ao “Financial Times” que as pessoas deveriam poder comprar carros a gasolina e diesel, desde que o carbono emitido seja compensado.
Outras opções poderiam incluir híbridos e extensores de autonomia, acrescentou. Sua intervenção ocorre enquanto a UE debate o futuro de sua proibição de motores de combustão em 2035, diante da turbulência na indústria automobilística. Várias grandes montadoras e fornecedoras de autopeças europeias, incluindo a Volkswagen e a Bosch, anunciaram milhares de cortes de empregos no ano passado, enquanto enfrentavam custos crescentes e concorrência de importações chinesas baratas.
Enquanto isso, as importações de carros dos EUA foram submetidas a tarifas de 25% pela administração Trump. O Reino Unido diluiu suas próprias metas para veículos elétricos no início deste mês, reduzindo multas punitivas para apoiar a indústria automotiva. Embora a data de eliminação de 2030 para novos carros a gasolina e diesel permaneça em vigor, o governo agora permitirá que os fabricantes vendam veículos híbridos completos e híbridos plug-in até 2035.
A Acea (Associação da Indústria Automobilística Europeia, na sigla em inglês), estimou que 67 bilhões de euros em exportações automotivas, com base nos números de 2024, serão impactados pelas tarifas dos EUA. Após forte lobby da indústria, Bruxelas concedeu em março um pequeno alívio às montadoras com relação a metas de emissões mais rígidas, permitindo que fossem calculadas pela média de um período de três anos até 2027, mas a proibição de 2035 ainda está mantida.
Do Valor Econômico