Direitos iguais para todos
Os metalúrgicos retomaram a campanha Se o preço é nacional, quero salarial igual, que busca condições semelhantes de trabalho e de salários em todo o País no setor automotivo.
Com o ato de entrega das
pautas ao Sindipeças e
à Anfavea na última quintafeira
os metalúrgicos reeditaram
a campanha Se o preço
é nacional, quero salarial igual,
que busca condições de trabalho
e salários semelhantes
no setor automotivo em
todo o País.
Nos últimos cinco
anos, o setor automotivo
foi um dos que mais cresceu
continuamente (63%), sempre
com recordes de venda
e de produção de veículos.
Dados do Dieese apontam
que no primeiro semestre
do ano a participação
das montadoras no PIB
industrial chegou a 18,7% e
das empresas de autopeças a
5%. Juntas, reúnem cerca de
360 mil trabalhadores.
Os investimentos para
suprir a demanda devem
atingir US$ 7,7 bilhões (12
bilhões de reais) no País em
2008.
Por outro lado, os empregos
e os salários não
acompanham esta rápida e
impressionante evolução.
O que mais chama a atenção
é que por conta deste crescimento
desproporcional
entre produção e emprego
a produtividade física do
trabalho cresceu 22,8% no
mesmo período.
“Os metalúrgicos trabalham
muito além do que podem,
para suprir a demanda
cada vez maior do mercado.
Isto está afetando a saúde e
o tempo livre”, disse Carlos
Alberto Grana, presidente
da Confederaçção Nacional
dos Trabalhadores na CUT
(CNM-CUT).
Discrepância – A jornada de trabalho
semanal em algumas localidades
chega a ter quatro
horas a mais em relação a
outras.
Nas empresas de autopeças,
o salário médio varia
até 4,4 vezes e nas montadoras
a diferença salarial
nas diversas regiões chega
a 3,5 vezes.
Em média, o metalúrgico
que trabalha nas montadoras
de São Bernardo
recebe R$ 3.674,74 em uma
jornada de 40 horas semanais.
Já o trabalhador que
exerce a mesma função em
Catalão-GO ganha em média
R$ 1.031,92 (29% do
salário do ABC) para uma
jornada de 44 horas.
“A alegação dos patrões
para essas diferenças
absurdas é que o custo de
vida é proporcional em
cada localidade do país”,
relata a técnica da subseção
Dieese-CNM/CUT, Adriana
Marcolino, responsável
pela pesquisa Do Salário às Compras, que comparou
salários e custo de vida dos
trabalhadores metalúrgicos
que atuam nas montadoras,
autopeças e siderurgia em
todo o País.
Para os trabalhadores
das duas regiões, a variação
do custo de uma cesta padrão
de produtos e serviços
(alimentação, moradia, educação
etc) é de 11,5%.
Enquanto no ABC é
necessário desembolsar R$
2.723,88 para adquirir a cesta
de produtos, em Catalão
gasta-se R$ 2.410,41 para a
compra da mesma cesta.