Diretor da Sabesp confirma risco de contaminação da água em caso de rodízio
Massato, sobre o rodízio: “É um risco que queremos evitar mantendo a mesma condição de operação da rede de distribuição que temos hoje”
Presidente da companhia continua negando possibilidade de adoção de rodízio; decisão deve ser avaliada novamente ao fim do período de chuvas, em março
Em depoimento à CPI da Sabesp na Câmara de São Paulo, na última quarta-feira (25) o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, confirmou que a adoção de rodízio no abastecimento traria riscos de contaminação da água, mas minimizou: “É um risco que queremos evitar mantendo a mesma condição de operação da rede de distribuição que temos hoje”. O diretor diz que a principal consequência seria o aumento de casos de disenteria, porém, sem riscos de morte à população. “Temos medicina suficiente para minimizar riscos.”
Para Massato, a decisão de adotar o rodízio só será tomada após o período de chuvas, em março. “Temos convicção que é melhor fazer essa redução de pressão do que o rodízio. Essa forma seria a última alternativa.”
O presidente da companhia, Jerson Kelman, também afasta a possibilidade, até o momento: “levando em consideração o quanto de água nós temos em estoque, levando em consideração cenários pessimistas de quanta água chegará aos vários sistemas produtores, e levando em consideração um cronograma de obras chego à conclusão de que não será necessário o rodízio.”
Otávio Ferreira Garcia, da Promotoria de justiça do patrimônio público e social da capital, diz que o órgão está investigando se houve, ou não, omissão de autoridades em relação ao racionamento. “Foram solicitadas cópias das atas das reuniões ordinárias e extraordinárias realizadas pelo conselho de administração, justamente para verificar em comparação aos níveis dos reservatórios se esse assunto foi devidamente tratado, e se houve um planejamento a contento, e se foi executado.”
Da Rede Brasil Atual