Diretor do Sindicato é o primeiro brasileiro a presidir representação internacional

Rogerinho, do Comitê Sindical na Rolls-Royce, será o porta voz dos trabalhadores na empresa em todo o mundo

 

Raquel Camargo / SMABC

O diretor do Sindicato Rogério Fernandes, o Rogerinho (foto), coordenador do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na Rolls-Royce, com somente 30 anos foi eleito em março desse ano para ser o porta-voz dos trabalhadores da montadora britânica Rolls-Royce.

Rogério Fernandes é o primeiro sindicalista brasileiro a assumir a presidência de uma representação internacional de trabalhadores. O feito aconteceu no último dia 28, em Londres, na Inglaterra, quando o diretor foi eleito por unanimidade para comandar o Fórum Sindical Internacional (FSI) da Rolls-Royce.

Após sofrer duras críticas dos representantes dos trabalhadores na Rolls Royce de todo mundo quando extinguiu unilateralmente o Conselho Global de Trabalhadores, a direção mundial da empresa retomou o diálogo e formou o Fórum Sindical Internacional (FSI) composto por 25 sindicalistas de 12 países, e representando os 35 mil trabalhadores na empresa em todo o mundo.

“Minha eleição aconteceu porque além de o Brasil ter se tomado importante no cenário internacional, quem votou em mim acredita que por eu ser o mais jovem do fórum e pela minha forma de atuar haverá mais dinamismo no fórum”, diz Rogerinho.

“Outro fator que contribuiu é que recorremos diversas vezes, aos membros do antigo Conselho para solucionar problemas da planta de São Bernardo. Entre eles, a construção do nosso acordo de plano de cargos e salários, que só foi possível com a informação enviada pelos representantes dos trabalhadores do Reino Unido, Canadá e Estados Unidos”, explica.

“Teve também a readmissão de um companheiro que a direção local tinha demitido de forma equivocada não cumprindo o Código de Ética e de Conduta da matriz”, contou o dirigente.

Ele revelou ter ficado surpreso com a própria eleição, já que no Brasil a empresa conta com apenas cerca de 500 metalúrgicos enquanto na Europa e Reino Unido esse número chega a 20 mil.

E aproveitou para elogiar o FSI. “Nunca imaginei presidir o Conselho, agora chamado de Fórum. A instância é muito importante, pois traz ganhos para todos. A direção mundial ganha porque através do fórum obtém informações dos representantes sindicais que levaria muito mais tempo pra saber sem o Fórum. Para a direção local é bom porque o FSI ajuda os representantes sindicais a entenderem o cenário internacional em que a empresa está situada. Os trabalhadores também ganham através de um importante canal de comunicação com a direção mundial que possibilita mais transparência das relações e melhora o diálogo. Se é bom para os trabalhadores, será para a empresa e para os investidores”, concluiu.

Da Redação