Diretor do Sindicato e representante do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volks participa de agendas na Alemanha

O diretor administrativo do Sindicato e representante do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volks, Wellington Messias Damasceno, esteve na Alemanha na última semana, onde participou de diversas agendas com foco em temas estratégicos para o setor automotivo e a classe trabalhadora.

Entre os assuntos discutidos estiveram: transição energética, negociações coletivas, acordos trabalhistas, investimentos nas plantas da montadora, legislação trabalhista, políticas de diversidade e os impactos da conjuntura global na indústria automotiva.

Além de representantes do Comitê Mundial dos Trabalhadores, participaram das agendas integrantes do IG Metall (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha), como o presidente do IG Metall de Wolfsburg, o companheiro Flávio Benites; da Comissão de Fábrica da Autoeuropa; do Intersoli (entidade internacional de solidariedade sindical) e membros da direção global da montadora. Representando os Metalúrgicos do ABC também integrou a comitiva o coordenador do CSE na Volks, Marlon Augusto Silva.  

Modelo brasileiro em destaque

Durante os encontros, Wellington apresentou o modelo de negociação praticado nos sindicatos organizados e combativos. “Detalhamos o nosso acordo e o modelo de negociação que praticamos, que vai além do que a legislação determina. Também aproveitamos a oportunidade para conhecer mais profundamente a negociação realizada por eles na Alemanha”, afirmou.

Transição energética

Outro tema de destaque foi a transição energética e o processo de eletrificação da frota. A visita incluiu ainda uma passagem por Salzgitter, onde está em curso um processo avançado de transição energética. No local, motores a combustão estão sendo substituídos por baterias elétricas, simbolizando um novo ciclo para a indústria.

 “Pudemos verificar de perto como está sendo conduzida essa transformação tecnológica na Alemanha, principalmente no que diz respeito à eletrificação dos veículos. Sabemos que esse movimento também chegará ao Brasil, ainda que de forma mais gradual”, explicou Wellington.

Durante os encontros, o dirigente defendeu novos investimentos nas plantas brasileiras da montadora. “Apresentamos o bom momento que o Brasil vive, com os sindicatos atuando fortemente junto ao governo na construção de políticas de desenvolvimento local. Tudo isso cria um ambiente favorável para novos aportes da empresa no país”, pontuou.

Diversidade e direitos humanos

Em reuniões com diretores e representantes do departamento de RH (Recursos Humanos) da Volks, Wellington focou na questão da promoção da diversidade e o respeito aos direitos humanos.

“Discutimos com a direção da empresa a importância de políticas de diversidade, a defesa da democracia e o respeito aos direitos humanos. Também reforçamos a valorização da negociação coletiva como ferramenta essencial para garantir direitos”, destacou.

Segundo o dirigente, um dos momentos marcantes da visita foi a discussão sobre o papel da Volks durante a ditadura militar no Brasil. “Eles nos apresentaram o trabalho de pesquisa que fizeram sobre esse período, inclusive publicaram um livro a respeito”. 

“Foram dias de muito diálogo sobre o acordo firmado no Brasil em 2023, os investimentos nas plantas, a legislação trabalhista e os efeitos da conjuntura global. Voltamos com mais conhecimento, mais argumentos e ainda mais disposição para defender os direitos da classe trabalhadora. Porque os desafios são globais e as soluções também podem e devem) ser construídas coletivamente”, concluiu Wellington.