Diretora do Pnud diz que política brasileira de inclusão ajudou a superar a crise
O Brasil tem ensinado que a economia e o social podem ser "os dois lados da moeda", uma referência aos últimos dados sobre desemprego e pobreza registrados no País
As políticas sociais e econômicas implantadas pelo Brasil são as responsáveis pelo bom desempenho do País na crise mundial. A avaliação foi feita na última quarta-feira (5) pela diretora para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Rebeca Grynspan, durante a palestra de abertura do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, em Brasília. O evento foi organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Segundo Rebeca Grynspan, o Brasil tem ensinado que a economia e o social podem ser “os dois lados da moeda”, uma referência aos últimos dados sobre desemprego e pobreza registrados no País. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta semana mostrou que o País teve queda na taxa de pobreza, mesmo com a crise econômica mundial. Para a economista, os países que fortaleceram as políticas sociais foram os que mais conseguiram superar a crise – exemplos de Brasil e Chile. “São países que fizeram intervenções públicas. Fizeram a política de incluir para crescer”, destacou Rebeca, que já foi vice-presidente da Costa Rica e tem mais 50 trabalhos publicados sobre desenvolvimento e desigualdades na região.
Estado atuante – O evento reúne participantes de 36 países, representantes de 14 organismos internacionais, 16 embaixadores e 13 palestrantes estrangeiros. Foi para esse público, formado por mais de 800 pessoas, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu o papel do Estado no fortalecimento das políticas sociais. “Onde não tem Estado, onde ele é fraco, não há política social”, afirmou. Para o presidente, quem enfrentou a crise foi o povo brasileiro, consumindo, e o Estado brasileiro, investindo. A participação popular nas decisões do governo também foi lembrada pelo presidente. “Noventa por cento das ações que fazemos são emanadas da base”, salientou.
Mesmo com os avanços conquistados pelo Brasil na luta contra a fome e a desnutrição, o ministro do MDS, Patrus Ananias, disse que o objetivo das políticas sociais implementadas pelo governo federal é ir além. “A fome sempre foi uma triste presença na realidade brasileira. Hoje, ela está sendo vencida, expressão do compromisso histórico traduzido na posse do presidente Lula quando lançou o Programa Fome Zero. Nossa missão é ir além, erradicar a pobreza no País e criar um sociedade mais justa e igualitária”.
Programação – A troca de experiências entre os países, um dos principais objetivos do evento, continua hoje, com os painéis “Experiências da Proteção e Promoção Social em Países em Desenvolvimento”, mediado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e “Perspectivas para a Proteção e Promoção Social no Mundo pós-Crise”, coordenado pelo ministro da Previdência Social, José Pimentel. À tarde, está prevista a sessão especial “O Lugar do Estado e das Políticas Sociais para o Desenvolvimento”, que terá como debatedores o ministro Patrus Ananias e a diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Laís Abramo. O mediador será o secretário-geral do ministério das Relações Exteriores, embaixador Samuel Guimarães.
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