Diretoria inicia mandato com desafios de fortalecer o sindicalismo e enfrentar o desgoverno

Em atividade que antecedeu a posse, artistas, lideranças sindicais, políticas, religiosas e de movimentos sociais mandaram suas saudações e mensagens de apoio aos Metalúrgicos do ABC

Ao reafirmar quem são os metalúrgicos do ABC, relembrar as lutas históricas e, ao mesmo tempo, olhar para os desafios atuais e futuros da categoria, da região e do país, a direção eleita do Sindicato iniciou o mandato 2020-2023 no domingo, dia 19. São 193 diretores e diretoras em 55 empresas da base e o comitê dos aposentados.

A celebração foi feita por meio de uma live no sábado, dia 18. A apresentação ficou por conta dos diretores Moisés Selerges e Aroaldo Oliveira da Silva. De início, foi pedido um minuto de silêncio em respeito às vítimas da Covid-19 e em solidariedade a quem perdeu familiares e amigos nesta pandemia.

O ex-presidente da República e presidente de honra do Sindicato, Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou que gostaria de ter só palavras de esperança, mas que isso não é possível neste momento de aumento de desemprego e da irresponsabilidade do presidente Bolsonaro no cuidado com a vida dos brasileiros. 

“A esperança é que se tivesse um presidente com sentimento, que tratasse ser humano como ser humano, não como um algoritmo, se respeitasse os cientistas e a medicina brasileira, certamente teria salvo mais da metade das pessoas que morreram e preparado de forma mais eficaz, evitado a contaminação. É genocídio por falta de competência do presidente da República para tratar a doença”, afirmou.

“É preciso chamar o trabalhador para a luta, dizer que existe outro modelo, outra forma de governar pensando no povo. O povo não é o problema, o povo sempre será a solução. Tenho certeza que este Sindicato vai continuar sendo uma luz de esperança para o povo trabalhador brasileiro e do ABC. Que os trabalhadores saiam mais uma vez vitoriosos, não podemos perder a esperança nem a motivação de luta nunca. A única luta que a gente perde é aquela que a gente não participa. O Brasil não é do Bolsonaro, é de 210 milhões de brasileiros”, defendeu.

O presidente da CUT e ex-presidente dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, fez uma análise de conjuntura e ressaltou a importância da luta para impedir maldades dos patrões e do governo.

“O Sindicato é muito maior do que a sua categoria, é um instrumento de luta do povo brasileiro. É uma grande honra fazer parte dessa luta. Temos que fazer a defesa intransigente do emprego, não permitir fechamento de fábricas e defender a democracia”, destacou.

O ex-ministro do trabalho, Luiz Marinho, falou em nome dos ex-presidentes do Sindicato, parabenizou a nova diretoria e destacou que o momento é de desafios.

“Uma família de milicianos dirige hoje nosso país, provocando desemprego, destruindo a economia e o mercado de trabalho. Uma dramaticidade danada, mas é nessas horas que o nosso sempre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem a sabedoria de poder lançar propostas inovadoras para enfrentar esse momento tão difícil da vida do nosso povo”.

Diversos sindicalistas, artistas, políticos e líderes religiosos também encaminharam vídeos com saudações à diretoria eleita. Entre eles o rapper Rappin’ Hood; os escritores Fernando Morais e Frei Betto; a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da educação Fernando Haddad, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros; o procurador do Trabalho, Ronaldo Lima dos Santos; padre Júlio Lancellotti; pastor Ariovaldo Ramos; Gilmar Mauro e João Paulo do MST; Guilherme Boulos, do MTST; o presidente da UNE, Iago Montalvão; o secretário-geral do IndustriALL, Valter Sanches; o presidente da Força, Miguel Torres; Anildo Lulu, representando os povos indígenas. Confira a íntegra da live da transmissão no Facebook do Sindicato.

“Wagner, estou te mandando um grande abraço pela sua reeleição, desejo boa sorte pra você e pra toda a diretoria nos próximos três anos que serão cruciais para nossa democracia”. 

Chico Buarque, cantor e compositor

“Num momento em que em todo o mundo há um movimento contrário ao fortalecimento dos sindicatos, deixo meu abraço enorme a toda diretoria, desejando muito engajamento nesse esforço para um novo fortalecimento do sindicalismo no Brasil”.

Giberto Gil, cantor, compositor e ex-ministro da cultura