Dirigente do Sindicato amplia debate no México sobre soberania energética

TUED SUR, ou Sindicatos pela Democracia Energética do Sul, luta por energia barata, limpa, sustentável e ao alcance de todos os trabalhadores e trabalhadoras

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O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Mercedes, Maicon Michael Vasconcelos, participou dias 4, 5 e 6 de fevereiro na Cidade do México da segunda reunião Inter-Regional do TUED SUR (Trade Unions for Energy Democracy, leia-se em português ‘Sindicatos pela Democracia Energética do Sul’).

Na pauta, a discussão da soberania energética dos países como um bem público, não só organizada, mas operacionalizada pelo Estado. “A TUED é uma articulação política internacional da qual a CNM/CUT é membro fundador, com entidades sindicais da Ásia, África, Oriente Médio e continente americano discutindo soberania energética e estratégias comuns por meio de uma ampla rede para combater, dentre vários pontos, a pobreza energética, que é quando o Estado não consegue garantir a segurança do abastecimento, equidade energética e sustentabilidade”, explicou o dirigente.

Segundo Maicon, o Estado não provê energia constante adequada para o uso da sociedade e de forma pública, como um bem acessível. “A organização articula estratégias para combater a privatização das empresas energéticas dos países e brigar, efetivamente, por energia barata, limpa, sustentável e ao alcance de todos os trabalhadores e trabalhadoras dos países envolvidos”.

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“O capital age fortemente na geopolítica da energia e, desta forma, determina quem tem mais direitos e quem tem menos direitos à energia. Milhares não têm acesso à energia elétrica, não tem gás de cozinha, não tem aquecimento em suas casas, não tem condições de abastecer seus veículos. Na América Latina, 80% das empresas de energia são privadas. Falar em uma transição energética realmente justa só é possível resolvendo esses problemas que atingem a classe trabalhadora e, para isso, necessitamos de controle social para garantir o processo, ou seja, de forma estatal e com ampla participação popular”.

“Combater esse padrão excludente requer articular com organizações nacionais e internacionais, como o INEEP [Instituto Nacional de Estudos Estratégicos do Petróleo], organizações de trabalhadores como IGMetall e FUP [Federação Única dos Petroleiros], membros do parlamento europeu, universidades e centros de pesquisa, dentre outros, e o TUED é um espaço que cumpre esse papel fundamental”.

Atividade

A segunda reunião Inter-Regional da TUED Sul na Cidade do México está comprometida a resistir à agenda de privatizar a descarbonização dos governos do Norte Global, do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

Fundada em 2012, TUED é uma rede global crescente de mais de 130 sindicatos e aliados próximos em 40 países trabalhando para promover o controle democrático e a propriedade pública da energia de maneiras que promovam soluções para a crise climática, abordem a pobreza energética, promovam a soberania energética, resistam à degradação da terra e das pessoas e respondam aos ataques aos direitos e proteções dos trabalhadores.