Dirigentes da FEM-CUT entregam pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023
Dirigentes dos Metalúrgicos do ABC e dos sindicatos filiados à Federação Estadual participaram ontem das entregas dos documentos, em São Paulo

A pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023 foi entregue ontem para as bancadas patronais pelos dirigentes da FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) e dos 13 sindicatos filiados.
Na parte da manhã, as entregas foram para o Grupo 2 (Sindimaq e Sinaees), Grupo 8-3 (Simefre, Siamfesp e Sinafer), Sindratar, Siniem, Siescomet, Sicetel, Grupo 10 (Fiesp e aeroespacial). À tarde, para Sifesp e Sindicel. Apenas ao Grupo 3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa) a entrega será no dia 14.

O presidente da Federação, Erick Silva, destacou os principais objetivos deste ano. “Queremos avançar nos salários, valorizar pisos e tetos, além de combater a rotatividade no ramo. Ainda nessa frente, temos a redução de jornada sem redução de salários e os direitos das mulheres como eixos prioritários”, afirmou.
“As assembleias de aprovação de pauta já foram uma demonstração de disposição da categoria para luta. A partir de agora, é ampliar a unidade no local de trabalho para conquistar a Convenção Coletiva que a categoria merece”, chamou.

O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, reforçou a importância da entrega da pauta.
“Esse é o pontapé inicial para começar as negociações com as bancadas patronais. Precisamos de muita unidade do conjunto de trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos no estado de São Paulo para que possamos chegar a um bom acordo ao final de todo esse processo”.
O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, lembrou que parte das entregas foi na Fiesp e que não podemos esquecer do pato que ficava em frente.

“A retirada de direitos começou lá, com a reforma trabalhista que precariza muito o trabalhador. Quem vem pagando o pato é a classe trabalhadora. Felizmente, a categoria não sentiu esses efeitos devido a nossa Convenção Coletiva, mas vemos amigos e vizinhos com trabalho precarizado. Já passamos por momentos difíceis, mas nunca deixamos de lutar em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras”.

O coordenador de área de São Bernardo, Jonas Brito, contou como foi o recebimento das pautas.
“Percebemos por parte dos grupos patronais que receberam a pauta com a devida importância. Deixamos claro a preocupação que temos com a valorização dos pisos e tetos salariais, isso é muito importante devido ao momento econômico que os trabalhadores estão passando e as expectativas de retomada de aumento real, de valorização dos salários, além da manutenção das cláusulas sociais, que também são muito importantes.
A coordenadora da Comissão de Mulheres Metalúrgicas do ABC, Rosimeire Conceição, a Rosi, CSE na Volks, destacou a participação na mesa. “As mulheres sabem as dificuldades que passamos no dia a dia. Precisamos da ajuda de todos, a nossa luta e conquistas são para que esposas e filhas também possam usufruir das conquistas caso ingressem na categoria”.

Reconstrução
O slogan deste ano é “A luta continua pela reconstrução dos direitos, dos salários e da democracia”.
Os eixos da Campanha Salarial: reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, valorização das convenções coletivas de trabalho, redução da jornada sem redução de salário e redução dos juros.
Neste ano, serão negociadas a pauta cheia, que contempla as cláusulas econômicas e sociais, e a pauta parcial, apenas com G3 e Sindicel, que negociará apenas as cláusulas econômicas, já que a Convenção Coletiva de Trabalho assinada no ano passado vale até 2024.