Dirigentes debatem impactos do programa NIB na indústria metalúrgica
Discussão destacou a importância de os trabalhadores se apropriarem do tema para dialogar nas bases

No seminário “Nova Indústria Brasil – NIB e seus impactos na indústria metalúrgica”, realizado no último dia 8, dirigentes sindicais analisaram os avanços do programa e concluíram que os trabalhadores precisam se apropriar do tema.
Na avaliação dos participantes, apesar dos números positivos da indústria brasileira nos últimos anos e do empenho do governo federal em estruturar um plano industrial de longo prazo, ainda falta informação nas bases sobre a NIB — especialmente em relação ao seu funcionamento e resultados.
“Estamos vendo os investimentos que o governo está fazendo. Essa política industrial precisa ser melhor compreendida pelo trabalhador. Sem isso, ela não se torna eficaz. Nosso papel é conhecer e divulgar na nossa base a importância que ela tem para a categoria”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, durante a abertura do seminário.
Participando de forma virtual, o presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, ressaltou a importância de os trabalhadores se apropriarem do tema para debater nas bases. “A indústria é fundamental para o desenvolvimento do país, para agregar valor, gerar empregos melhores e promover uma sociedade mais justa. Discutir a NIB é essencial porque ela define seis grandes missões. Neste momento, estamos começando a desenhar as cadeias produtivas. Serão 18 ao todo, e grande parte delas dialoga diretamente com a nossa categoria”.

As seis missões definidas pelo programa são: cadeia agroindustrial; complexo econômico e industrial da saúde; bem-estar nas cidades; digitalização; bioeconomia; e tecnologia de defesa e soberania.
“Os metalúrgicos e as metalúrgicas do Brasil precisam se apropriar do processo e refletir sobre como vamos construir essas novas cadeias produtivas em nossas bases. Precisamos incluir essa discussão em nossa realidade local. Mas, além de debater a Nova Indústria, também temos o desafio de discutir as regiões industrialmente maduras, ou seja, as cadeias já estabelecidas no Brasil”, completou Aroaldo.
Transição energética

O dirigente também destacou a importância da transição energética e da necessidade de transformar as cadeias produtivas existentes. “É essencial refletir sobre como os trabalhadores e trabalhadoras vão incorporar essas novas tecnologias, aproveitando as oportunidades de debate sobre formação e qualificação. Precisamos pensar, sim, no futuro da indústria como um todo, unindo as novas cadeias em construção com as atuais”, afirmou.
Dados da indústria
Em 2024, a indústria brasileira de transformação cresceu 3,2%, superando a média mundial de 2,3%. Com isso, o país saltou da 45ª para a 25ª posição em um ranking global de desempenho. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados da Unido — agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento industrial.