Dirigentes debatem saídas para a crise com Lula

Ao lado de lideranças dos movimentos sociais, sindicalistas, entre eles diretores dos Metalúrgicos do ABC, se encontram nesta quarta-feira (26) com o presidente em Brasília. Na mala, levam pauta de reivindicações para garantir emprego e renda

Centrais se reúnem com Lula

Nosso Sindicato participa do encontro que dirigentes das seis centrais sindicais brasileiras e lideranças dos movimentos sociais terão nesta quarta-feira(26) à tarde com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará uma exposição da situação econômica do País.

“A saída para a crise é mais investimento e mais produção”, afirmou ontem o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, que estará em Brasília junto com o vice-presidente, Rafael Marques.

“O papel do Estado é investir e não deixar faltar crédito. O papel das prefeituras e do governo estadual é investir em saneamento, habitação e estradas, que são obras de infra-estrutura, criadoras de empregos. E o papel dos empresários é manter os investimentos previstos para 2009. Tudo deve ocorrer para a sociedade continuar a consumir e, assim, gerar empregos”, completou Sérgio Nobre.

Emprego e renda

As centrais pretendem aproveitar a reunião para entregar a Lula um documento elaborado em conjunto, no qual propõem o resgate dos principais pontos da Agenda dos Trabalhadores pelo Desenvolvimento para enfrentar a crise da agiotagem, tendo como prioridade absoluta medidas voltadas para a geração de emprego e de renda.

“Diante dos riscos de desaceleração da atividade econômica, apoiamos o teor das medidas emergenciais tomadas pelo governo. Entretanto, consideramos que são necessárias a adoção de políticas e medidas de contrapartidas sociais que visem a proteção dos trabalhadores e da população pobre”, afirma o documento.

Principais propostas das centrais:

Reduzir a jornada sem reduzir os salários;
Ratificar e fazer cumprir a convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe demissões arbitrárias;
Usar recursos públicos para investimentos que ampliem o nível de emprego;
Ampliar os programas sociais;
Reduzir os juros, que ainda são os mais altos do mundo;
Implantar um programa de substituição de importações;
Exigir contrapartidas sociais, especialmente a preservação de empregos, de setores beneficiados com recursos públicos;
Garantir a continuidade da política de valorização do salário mínimo;
Assegurar o cumprimento da Agenda do Trabalho Decente.