Dirigentes sindicais debatem desemprego
(Foto: Edu Guimarães)
A alta taxa de desemprego que já atinge 11,1 milhões de trabalhadores brasileiros, 10,9% da população economicamente ativa, no primeiro trimestre de 2016 foi o centro da discussão realizada no último dia 24, na escola do Dieese.
O evento reuniu dirigentes sindicais para participar do Seminário “Enfrentando o Desemprego – Desafios da Luta Sindical”.
A quantidade de pessoas que declaram ter necessidade de trabalhar e que buscam ocupação aumentou em mais de três milhões em 12 meses, de março de 2015 a março de 2016. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) do IBGE.
O aumento de 4,6 milhões de desempregados desde 2014 se refere tanto aos 2,2 milhões que perderam o emprego, quanto aos 2,4 milhões que se incorporaram ao mercado de trabalho.
Os dados do Dieese apontam que entre os jovens de 18 e 24 anos, a taxa de desocupação cresceu 70,9% atingindo 24,1% no primeiro trimestre de 2016.
O secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, representou a CUT e comentou a conjuntura sob vários aspectos. Confira abaixo os principais tópicos.
Wagnão fez críticas e apontou saídas
PREVISIBILIDADE
“O que me preocupa em relação à discussão do emprego ou a qualquer realidade econômica é essa nossa incapacidade de trabalhar preventivamente. Nós já estudamos e falamos aqui sobre a crise cíclica do capital, e mesmo assim, sempre trabalhamos reativamente, apesar de saber que esse momento ia chegar. Agora nós temos que sentar, conversar e nos preparar”.
DESEMPREGO
“Estamos aqui novamente reagindo a uma situação em que milhões de trabalhadores já perderam seus postos de trabalho e temos que costurar ações para minimizar ou estancar isso. Essa responsabilidade é nossa enquanto dirigentes”.
RESERVAS CAMBIAIS
“É necessário, nesta conjuntura, ter US$ 370 bilhões de reservas cambiais e ficarmos sentados em cima deles? Podíamos usar parte disso para o fortalecimento do Estado”.
ACORDOS DE LENIÊNCIA
“Temos de achar uma saída para firmar acordos de leniência para que não fique na mão de um juiz de Curitiba a decisão sobre qual empresa pode ou não produzir. Isso é papel do Executivo, do Legislativo ou da mais alta instância da Justiça, não de um juiz de primeira instância”.
NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO
“Nas atuais condições, ou se empodera os sindicatos e os sindicatos assumem que a organização no local de trabalho é o seu principal instrumento de vigilância desses acordos, ou nós temos que ser contra o negociado sobre o legislado no atual formato que está a estrutura sindical”.
INOVAR-AUTO
“Nós queremos, desde a concepção, ter todo o controle do processo. A questão do Inovar-Auto tem que estar presente em todos os debates que apontam para uma política de emprego de melhor qualidade e remuneração”.
NOVO PERFIL: JUVENTUDE
“Nós temos empresas com um perfil muito jovem, esse jovem está se qualificando, mas não quer ficar naquela empresa, ali é passagem para ele ir desenvolver outro tipo de atividade”.
Da Redação