Dissonância cognitiva – parte 4
Hoje encerraremos o assunto dissonância cognitiva. Na primeira parte, mostramos um grupo de pessoas com um interesse em comum (OVNIs), no qual surge um líder (Marion Keech), que inventa uma história condizente com os interesses daquele grupo, embora facilmente rechaçável ao olhar crítico (a Terra seria tomada por um dilúvio e eles seriam salvos por um disco voador).
Na segunda parte, mostrei exemplos de dissonância (contradição) entre conceitos: quanto um amigo de verdade te pagaria para ajudar na mudança de casa? Quanto vale um jantar em família ofertado pelos pais da namorada (o)? Nos dois casos não há como precificar, há um valor emocional importante envolvido. Na terceira parte, a figura da autoridade: aquele que é reconhecido por ter o conhecimento, a posição ou o poder de determinar o curso de fatos maiores: o resgate pelos OVNIs, o estudo científico (Milgram), a instalação de um golpe militar.
Existem pessoas que tendem a crer (e crer implica em aceitar sem questionar) em OVNIs, autoridades políticas, autoridades religiosas e aceitar histórias que, se vistas de fora, gerariam estranheza (dilúvio? ET? Sananda?). Pior é observar que, sob influência dessa figura de autoridade, a dissonância é amplificada, mantida e levada a outro nível.
Neste ponto, com a “realidade alternativa” já aceita, a autoridade não precisa mais dar ordens, basta sugerir, para que os seguidores interpretem e ajam conforme a mentalidade de seita, realizando toda sorte de atos violentos. Nos EUA, Charles Manson foi culpado por nove mortes brutais que ele incitou, morrendo na cadeia. Atualmente sofrem para criminalizar os responsáveis pelo ataque ao Capitólio. Aqui, não podemos deixar pra lá o absurdo do ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Sem anistia.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente