Distribuição de renda aumenta o tamanho da classe média
Programas sociais e de distribuição de renda promoveram a ascensão social dos brasileiros mais pobres e levou à formação de uma grande classe média. A classe C reúne, hoje, 86 milhões e é a maioria da população. Em um ano, quase 12 milhões de pessoas passaram das classes D e E para a classe C.
Classe C passa a ser a maior do País
Uma combinação de
vários fatores como o nível
de renda do trabalhador, os
programas de transferência
de renda, o crescimento
econômico e o aumento do
salário mínimo determinam
a desconcentração de renda
no País. É um fenômeno
social sem precedentes na
história do Brasil.
Esses fatores, aliados à
facilidade de crédito e à estabilidade
nos preços, promoveram
a ascensão social dos
mais pobres e a formação de
uma grande classe média.
Cresce poder de compra – A classe C, que no ano
passado teve renda média familiar
de R$ 1.062,00, reúne
hoje 86 milhões de pessoas
e é a maioria da população,
46% dos brasileiros. Em um
ano, quase 12 milhões de
pessoas passaram das classe
D e E para a classe C.
Para o economista Marcelo
Neri, da Fundação
Getúlio Vargas, esta será a
década da redução da desigualdade
social. “O que
mais me impressionou foi o
crescimento chinês do poder
de compra dos pobres”,
disse ele.
Ele afirmou ainda que
nenhuma classe social tem
maior potencial de consumo
do que a classe C, cuja renda
no ano passado somou R$
365 bilhões.
Nos últimos dois anos,
todas as classe sociais tiveram
ganhos. Isto mostra que
a redução da desigualdade
significou crescimento para
todos.
A renda real dos mais
pobres aumentou 26%, a
classe C teve ganho real de
20% e os mais ricos tiveram
aumento de 15% nesse período.
Maioria dos beneficiados trabalha
Os programas sociais já
chegam a 25% da população
que, entre 2004 e 2006, viram
os rendimentos crescerem
em 19,4%.
O Bolsa Família chega
a mais de 8 milhões de lares,
o Benefício da Prestação
Continuada chega a 1,2 milhão
de casas e o Programa
de Erradicação do Trabalho
Infantil está em 267 mil casas.
(Veja abaixo).
Estudo do IBGE divulgado
no mês passado
derrubou um mito, o de que
os programas sociais estimulariam
a acomodação dos
pobres à sua situação com
o efeito preguiça.
Na verdade, o nível de
ocupação das pessoas de cada
família foi de 77% nos lares
em que há o recebimento
do programa social.
Nas casas em que não
têm benefício, o nível de
ocupação é de 74%.
“Se fizermos uma comparação
entre as famílias
que estão nos programas de
transferência de renda e as
que não estão, aquelas que
estão buscam mais emprego”,
disse a secretária nacional
de Renda e Cidadania,
Rosani Cunha.
Para o presidente do
IBGE, Eduardo Nunes, os
programas de transferência
de renda são absolutamente
essenciais para se pensar
na redução da desigualdade
social.
Os três programas mais importantes
O Bolsa-Família é
voltado a famílias com
crianças entre 7 e 14 anos,
na escola. O Benefício de
Prestação Continuada é
pago a idosos e deficientes
físicos muito pobres.
O Programa de Erradicação
do Trabalho
Infantil é destinado a tirar
crianças de atividade
econômica e colocá-la na
escola.