Do Casulo à borboleta

Dependentes químicas recebem tratamento em casa instalada em São Bernardo

 

Rossana Lana / SMABC

Casulo é onde uma lagarta fica até se transformar em borboleta. Por por isso, é também o nome de um local de apoio a mulheres dependentes químicas. Um lugar de transformação de vidas.

Em janeiro deste ano, os integrantes do projeto decidiram instalar uma casa em São Bernardo com capacidade para abrigar e tratar até 20 dependentes.

As pacientes contam com tratamento médico e psicológico, além de atividades como ludoterapia, canto e terapia ocupacional. Elas também pretendem começar um curso de artesanato.

Reintegração
Hoje, a casa se mantém com a prestação de serviços voluntários e a colaboração financeira de doadores e parentes de algumas pacientes.

O tratamento dura cerca de nove meses e depois desse período, as pacientes passam por uma avaliação médica para receber a alta.

“Se ela responder bem ao tratamento, pode voltar para casa e passa a vir aqui somente para o tratamento psicológico e reintegração social”, conta Jaci Santana, vice-presidente do Casulo.

Para entrar em contato com o projeto basta ligar para 4101-9537 ou 6101-2662.

“Ser humano não precisa de droga, mas de amor”
Presa por três vezes, Ana Maria conheceu a casa de recuperação logo depois que saiu na penitenciária pela última vez.

“A fase do tratamento foi muito difícil, mas toda vez que ia desistir, pensava: se fiquei presa tanto tempo, por que não vou aguentar nove meses de tratamento?”, diz.

Após a alta, Ana Maria começou a trabalhar como voluntária na cozinha do Casulo pela manhã e como teleoperadora no período da tarde.

Mas tem planos ainda maiores para sua vida. “Pretendo fazer faculdade de pedagogia e trabalhar com crianças de rua”, afirma.

Amor
Plano também é que não falta para Vera*, que chegou à casa no dia 31 de julho, depois de dois meses morando na rua. “Sei que não vai ser fácil, mas não é impossível. Quero me recuperar logo para poder cuidar novamente dos meus quatro filhos”, conta.

Assim como Vera*Cláudia* transborda esperança “Aqui todos depositam confiança em você e isso ajuda muito. O ser humano não precisa de droga para ser feliz, mas precisa de amor” fala a moradora mais nova na instituição.

* Nomes fictícios. Os nomes reais das personagens foram preservados.